sexta-feira, 21 de agosto de 2015

        Eu fui!

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Na última terça-feira, 18 de agosto, eu fui à manifestação histórica do funcionalismo estadual. Estava lindo de ver. Emocionante! Arrepiante! Estimulante! Foi um longo e cansativo dia, mas saí/saimos de alma “lavada”.
            Foi histórico pela quantidade de servidores e de categorias que reuniu. Mais de quarenta entidades representativas dos servidores públicos estaduais apenas do poder executivo. O recado ao senhor governador foi dado. E bem dado.
            O fato novo é a greve unificada das categorias que foi costurada com antecedência para ser um movimento que realmente dê repercussão. Mas é claro, na RBS você vai ver muito pouco. Sugiro, entre outros meios, sul21.com.br para se informar com mais qualidade.
            Por um lado, o ato e a greve de três dias já fizeram Sartori sair um pouco da paralisia. A secretaria da Fazenda começou a se mexer esta semana indo atrás de inadimplentes e sonegadores. Isso nós já sabíamos. Só o gringo que não!
            De outra parte entra em cena o judiciário. Está “avaliando” se divide os juros dos depósitos judiciais com o poder executivo. A pressão está pegando?! Para não mexer em seus privilégios o judiciário dá uma de “solidário”. Mas é só para “inglês ver”.
            No entanto, o que Sartori mais quer é aumento de imposto via ICMS. Na campanha eleitoral prometeu que não faria isso. Qual o adjetivo para esse tipo de atitude? Merece, no mínimo, mais um apelido: Pinóquio!

            Acompanhe os projetos que estão em pauta na Assembleia Legislativa. No que se refere ao aumento de impostos faça bem as contas. Por exemplo: uma das propostas de Sartori é elevar a alíquota de ICMS da energia elétrica, telefonia, combustíveis, entre outros, de 25% para 30%. Nesse caso o aumento não vai ser de apenas de 5%, mas sim de 20%! Insisto: dinheiro nunca faltou. Com esse aumento então...! 
        Eu não vou!

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            No próximo domingo, dia 16 de agosto, eu não vou às ruas. Entre outros, compartilho dez motivos que não me motivam a participar desses atos:
            1º: não tenho “ervilha” no cérebro;
            2º: não sou golpista;
            3º: por honestidade intelectual, não apoio movimentos de direita, reacionários e golpistas como esse está prometendo ser;
            4º: não compartilho movimento em que muitas pessoas participantes defendem que sonegação não é corrupção;
            5º: não participo de movimentos apoiados por grupos de comunicação que alienam a sociedade;
            6º: não compartilho ódio;
            7º: não participo de movimento que combate a corrupção só de alguns; de outros tudo bem;
            8º: não ando de mãos dadas com os donos do poder ou com “classe sei lá o que” manipulada por esses;
            9º: não vejo problema em registrar CPF nas notas e cupons fiscais; por isso não posso – por questão ética – participar de movimento junto com muitas pessoas que tem pavor desse procedimento por que provavelmente não declaram “tudo” em seus impostos de renda;
            10º: tenho coisa melhor e mais útil para fazer.
            Uma delas pode ser uma leitura. Que tal Noam Chomsky? Qualquer texto ou entrevista dele. Digita no seu buscador e poderá ler coisas assim: “A população geral não sabe o que está acontecendo, e nem mesmo sabe que não sabe”.

            Pode procurar ainda por Bertold Brecht? De cara encontrarás uma de suas passagens mais conhecidas: “O pior dos analfabetos é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos... O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil, que de sua ignorância política, nascem a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e corruptor...”.
        Sartori é uma piada de mau gosto

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Desde a eleição de 2014 o atual Governador do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori tem se mostrado um ótimo piadista. De mau gosto. Lembra do “piso do Tumelero”, quando fazia referência ao piso do magistério?
            Pois é, falta de aviso não faltou. Já na eleição Sartori (PMDB) debochava dos professores e, por incrível que pareça, muitos “mestres” votaram nele. O que tem de “cérebro de ervilha” no magistério não é mais surpresa.
            Agora, com o atraso de salários muitos se revoltaram. Ou seja, precisava alguém mexer no bolso da turma para acontecer alguma coisa. Já escrevi aqui outras vezes e volto a afirmar que o RS não está “quebrado” como quer fazer parecer Sartori.
            O atraso de salários foi cirúrgico. Servidores públicos estaduais da justiça, ministério público, procuradoria geral do estado, defensoria pública e do legislativo receberam integralmente seus pagamentos. Sartori escolheu os que mais ganham para pagar em dia. E não me venham com essa história de independência de poderes. A fonte é a mesma. E os privilegiados também.
            O que deve ficar claro são as intenções de Sartori e do PMDB. Sartori é um piadista de mau gosto a serviço dos empresários do RS. É uma marionete. E está fazendo um bom trabalho plantando o caos e colocando a população contra uma parte do funcionalismo. É um projeto bem claro que conta com o apoio, e não poderia faltar, do Grupo RBS que faz o papel de imprensa oficial do governo do estado. Todos os dias repete o mesmo mantra, o que é facilitado pelo auto índice de “cérebros de ervilha” espalhados pelos pampas.

            Resta saber no que vai dar. Propositalmente Sartori está provocando o caos. Sartori quer greve. Quanto pior melhor para fazer do estado o mínimo possível. O PMDB é o “vendilhão” do RS. Não sei o que é pior: aguentar “cérebro de ervilha” ou as piadas imbecis do “gringo”. 
        O PMDB atrasa o RS?

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Alguém tem dúvida de que o PMDB atrasa o Rio Grande do Sul? Eu não! Não nos esqueçamos do Brito, do Rigotto, entre outros.
            Parece que não dá para entender tanta diferença entre o PMDB do Rio Grande do Sul e o PMDB de Santa Catarina e do Paraná. Aqui o pessoal do PMDB quer privatizar tudo o que puderem. Por lá parece diferente. Inexplicável? Não!
            É que o PMDB do RS é um dos legítimos representantes da direita, portanto da elite e dos grandes empresários, tanto da indústria, do comércio e da mídia. É descarada a sustentação que o grande grupo de comunicação “Rede Baita Sol” está dando ao governo Sartori.
            Mas onde andam os mais de 60% de eleitores/as que deram um “cheque em branco” para o “Gringo”? Será que boa parte dos gaúchos sofrem de algum distúrbio psíquico e são adeptos do sadomasoquismo? Ou seja, gostam de sofrer? É um Estado realmente de “façanhas”! Tomará que essa não sirva a outro ente federado!
            O que está em jogo não é se o Estado do Rio Grande do Sul está ou não está “quebrado”. O que está é uma visão de sociedade onde o que é público deve ser fortalecido em detrimento da maioria ou deve ser diminuído e entregue ao lucro de poucos.

            O discurso de “Estado quebrado” pode convencer míopes ou bajuladores interessados. Como se justifica falta de dinheiro quando, em relação ao funcionalismo estadual, as categorias que tem os mais altos salários recebem aumentos generosos? Sartori já autorizou aumentar o próprio salário, do vice-governador, de secretários, de juízes, de desembargadores, de deputados estaduais entre outros. Mas para servidores da saúde, segurança e educação (e do poder executivo em geral) não tem. E ainda joga a sociedade contra o funcionalismo. É o PMDB novamente governando o RS. Viva o atraso!
        Verdades papais

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            A música do Engenheiros do Havaí, “o Papa é pop,” é atual. Composta ao tempo do Papa João Paulo II, que era “pop”, cai como luva para o Papa Francisco. Este também é “pop”. É “pop” de popular, de povo, de social. Por isso fala verdades do mundo real da maioria das pessoas que passam dificuldades, são dominadas e exploradas. Sou fã do Papa Francisco!
            São verdades conhecidas. Eu falo e escrevo muitas delas. E você, caro leitor, provavelmente as conhece também. O problema é que somos, eu e você, reles mortais. Já o Papa é o “Papa”. E esse parece não ter “papas” na língua. Ou você duvida do que o papa diz?
Em recente visita à Bolívia o Papa Francisco soltou vários verbos como vem fazendo em outras oportunidades. Uma das verdades que falou: “A ambição desenfreada pelo dinheiro... é o esterco do diabo”. É uma metáfora genial. O lucro e o dinheiro não podem mandar nas pessoas. O capital deve servir ao ser humano e não o contrário. É disso que falo quando lembro o baile de R$ 380,00 numa noite. Pode ser uma síntese da avareza: lucrar explorando para viver experiências luxuriosas! É o orgasmo dentro da lógica capitalista!
Outra verdade lembrada pelo Papa: o monopólio da informação, ou melhor, da desinformação. O foco dos canais e meios de comunicação dominantes – em sua maioria esmagadora – não é a informação imparcial. É manipulação das informações de acordo com sua visão de mundo ou de seus patrocinadores, sempre dentro da lógica da dominação e domesticação. Criar consumidores alienados e mantê-los assim. Cidadania não interessa à ordem do capital. Pessoas que pensam muito menos.

A luta por uma sociedade mais justa e humana é permanente. Tem muitas pessoas lutando por isso. Três Cachoeiras esteve representada na Bolívia pela Anelise Becker, uma militante dessas causas nobres. Temos muitas pessoas do bem a nossa volta. Basta enxergarmos.
        Quantidade ou qualidade?

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Por esses dias debati muito com um colega sobre os conceitos quantidade e qualidade. Aprendemos muito. Virou até plano de aula. De qualidade.
            No entanto, qualidade muitas vezes fica só no discurso bonito. Na prática, a maioria das pessoas se preocupa mais com a quantidade. São visões de mundo.
            Evidente que muitas vezes é preciso equacionar as duas coisas para obter melhores resultados. Podem andar juntas. Mas isso parece ser cada vez mais raro.
            Exemplo: uma visão quantitativa da violência defende que simplesmente reduzir a maioridade vai resolver o problema; de outro lado, sob um olhar qualitativo, a mazela da violência é um problema de desigualdade social. Ao invés de perguntar se você é a favor ou contra a redução da maioridade penal poderiam lhe perguntar se você é a favor ou contra a desigualdade social. Ou então, você é a favor ou contra um baile de R$ 380,00 (metade de um salário mínimo numa noite) enquanto têm pessoas passando necessidades o mês inteiro.
            No trato da coisa pública a mistura vai além. A visão predominante é a de que quantidade é que faz qualidade. Isso pode estar mudando. Segundo nosso guia municipal sua administração está realizando muitas obras e comprando muitos carros. Olhando assim pela quantidade pode ter fundamento. Mas se olhar a qualidade! Casca de asfalto se desmanchando; calçamentos com economia de material, mal projetados, mal executados, sem fiscalização que abrem crateras na primeira chuva; aquisição de carros para carregar pessoas sem investir em saúde preventiva e básica?
            Pelo menos nosso guia municipal está mais realista. Com o anuncio de que não concorrerá à reeleição está admitindo o óbvio: que sua administração é um fracasso. Questão de qualidade! A velha política da quantidade parece não estar dando mais conta. Ufa! Antes tarde do que nunca!

             
        Fechem os olhos!

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Está proibido abrir os olhos em Três Cachoeiras! Como assim? Isso mesmo. Segundo a direita reacionária da cidade é melhor fechar os olhos do que debater o mundo real. Com a “operação quem grita mais” nas redes, nas ruas e nas ondas, o conservadorismo e o sectarismo falaram mais alto outra vez.
            E precisou um empurrãozinho de alguém de fora. Parece mania de inferioridade. Tudo ou quase tudo que vem de fora é melhor. Para os chamados “lideres religiosos” da cidade pode ser “que santo de casa não faça milagre”. Opa! Quem acredita em santo? Todo cristão acredita?
            Parece receita de bolo: junte um forasteiro “direitoso” (provavelmente a mando de alguém) com míopes religiosos fanáticos ou lunáticos sem abertura para o debate e muito menos conhecimento de causa; adicione uma pitada de manipulação e alienação usando concessões radiofônicas públicas; para o “gran finale” decore com o “vírus Bolsonaro”. Tá feito o “bolo”!
            Pelo menos com esse “bolo” algumas figuras saíram do armário. Quem realmente serão os travestidos? Apenas os que querem mudar de sexo? Ou aqueles que se travestem de “bons” cidadãos, mas que na vida real..., enfim, deixa pra lá!
            Sem falar dos sem noção, dos malandros e aproveitadores. Nesses quesitos nossos legisladores municipais continuam muito bons. Pra eles. Sempre contando com novidades. Agora o camundongo se autodeclarou procurador jurídico de Deus. Com D maiúsculo para não se correr o risco de um processo. E para os “lideres religiosos” não se sentirem ofendidos.
            Quem vive no mundo real das diferenças, do humanismo, da honestidade e do livre pensamento pode tomar algum susto de vez em quando. Só falta a fundação de um partido fascista na cidade que pode mais. E que essa história de estado laico, ou seja, separação de religião e estado brasileiro é uma grande piada. Será que só tem 5% da população trescachoeirense de olhos abertos?

            
        Crise, que crise?

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Tem coisas que não fecham. As pessoas que assistem os canais comerciais de televisão predominantes acreditam que a crise “tá feia”. Não sabem explicar muito. Mas repetem o que a mídia golpista receita.
            Como a moda pega, Três Cachoeiras não pode ficar atrás. Até batedores de panela temos por aqui. Pode ser símbolo de identificação de classe. Dá “status” morar em apartamento. Nas alturas há a possibilidade de se enxergar mais o horizonte. O problema é qual se quer ver.
            O que se vê não sabemos muito. Agora ouvir..., é muita choradeira. De gente grande! Em nossa cidade também se fala muito em crise. Mas não é o que parece. Ande num sábado pela manhã e verifique os comércios ligados ao caminhão: oficinas mecânicas, apara barros, auto elétricas, etc. A grande maioria fechados. Que crise é essa? Onde está a crise? É crise só para caminhoneiro? É só para autônomo?
            Jovens do sexo masculino continuam escolhendo emprego. Fica desempregado quem quer, anunciam muitos. Mas e a crise? Não está provocando desemprego? Em que lugar?
No entanto, a chiadeira segue. O empresariado trescachoeirense em geral reclama de quase tudo. E da crise! Parece uma senhora onipresente. Os impostos são muitos e altos, reclamam. E a corrupção! Dizem que foi inventada pelo PT. Que a crise é culpa do PT, enfim, mesmo que não seja, qualquer coisa que aconteça de ruim a culpa é do PT. E a sonegação de impostos, que é pura corrupção, parece que ninguém conhece por aqui. Vão além, dizem que se existe em algum lugar, é para se defender do governo. Nota fiscal pela metade, quando tem, nunca ouviram falar!

Nesse mesmo sábado, dê uma verificada também em algumas lojas do centro que vendem produtos mais requintados. O mercado de luxo só aumenta. Nesse mesmo dia confira se tem um baile de casal ao preço módico de R$ 380,00. Metade do salário mínimo. Crise, que crise?
        Peões diplomados

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Muitos jovens brasileiros disputam uma vaga no tal mercado de trabalho. Em momentos de recessão econômica planejada, como a que estamos entrando, essa tarefa fica mais difícil.
            Nas grandes cidades, principalmente, entra em cena as seleções. E, invariavelmente, além de outros critérios, o empregador usa o quesito escolaridade para escolher o futuro trabalhador. Não que seja de fato necessário esse ou aquele nível escolar. Muitas vezes facilita a escolha por que diminui o número de concorrentes.
            A exigência do Ensino Médio (antigo Segundo Grau) virou lugar comum para selecionar. Alguns cursos de nível médio técnico facilitam a empregabilidade posterior. Mas isso não é regra. Vale para alguns cursos.
            Embora o Ensino Médio seja um gargalo no sistema educacional brasileiro, alguns passos foram dados na questão quantidade. Mas como geralmente na educação nacional quantidade e qualidade não andam juntas, outro problema aparece...
            Mas para quê serve o Ensino Médio? Tentando responder essas e outras questões, o Ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura da última segunda-feira, disse que esse nível da Educação Básica tem que melhorar. No entanto, afirmou que o Ensino Médio não pode ser apenas um curso “preparatório” para o ENEM. Além disso, tem que formar para a vida. Será que isso está acontecendo?
            Alguns professores defendem que o Ensino Médio deve servir a este fim prioritariamente. Por isso os estudantes devem estudar o maior número de conteúdos possível para enfrentar o ENEM, mesmo que a maioria desses conteúdos/conhecimentos sejam pouco significativos para a vida diária.
            Visões a parte, a elevação da escolaridade da população brasileira é sempre bem vinda. Esperamos que a qualidade ande junto à quantidade na educação superior também. Ou, obedecendo ao “senhor mercado”, a intenção é apenas transformar os “peões” em “peões diplomados”? Nesse processo, quais os papéis do Ensino Médio e do ENEM?    

            
        O óculo novo da professora

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            A professora estadual conseguiu trocar o óculo. Para fugir da agiotagem oficial, parcelou no “banricompras”, pois acredita que não tem juro. É o jeito. Tem que cuidar para não cair no limite e “rezar” para não precisar de empréstimo. Daí a coisa fica feia. Para o “banco dos gaúchos” quanto menos os professores ganharem melhor. Empresta mais e ganha mais. O magistério estadual é uma fonte inesgotável de lucro.
            Com o óculo novo foi olhar os contracheques. Fez as contas, já que aprendeu bem matemática, especialmente a matéria de porcentagem, e constatou que de 2011 à 2014 as reposições e reajustes somaram 76%. Logo, deu uma média de 19% nos últimos quatro anos.
            Para comparar pegou os contracheques de 2007 à 2010, período em que o PMDB apoiava o governo do PSDB. Agora que está enxergando bem quase tomou um susto. Não deveria. Isto se deve, provavelmente, ao desgaste das longas jornadas de aulas. A memória às vezes falha. Mas foi às contas para confirmar. Naqueles quatro anos a soma das reposições não chegou a 7%. Menos de 2% ao ano.
            No entanto, a memória recente não lhe fugiu ainda.  Começou a pensar nas medidas dos primeiros dias do governador Sartori. Reajuste do próprio salário, do vice, dos secretários, dos deputados estaduais, do judiciário (Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública), justo aqueles que mais ganham. Questão de prioridade.
            E vendo a “choradeira” de Sartori sobre a falta de dinheiro, começou a dar-se conta da empulhação. “Para quem ganha mais tem dinheiro, para o resto um nariz de palhaço de presente”, exclamou.

            Não são apenas os olhos que são agredidos. Os ouvidos também. Ouve-se de vez em quando o mito do Rio Grande do Sul ser ainda o Estado mais “politizado” da nação. É de doer! Parabéns aos gaúchos e gaúchas, e em especial as professoras(os), por terem escolhido de novo o PMDB. Quem ensina deveria saber o que é aprendizado! Abram os braços, à moda Sartori, e fiquem esperando quatro anos! Será que dessa vez irão aprender?
        O PMDB, o óculo e a professora

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            O mercado óptico tem crescido muito. “Nunca na história desse país” se vendeu tanto óculo. Mas parece que a maioria é falsificado. Anda “ofuscando” a visão de muita gente! É claro que não devemos esquecer que a visão do ser humano – e consequentemente daquilo que se quer enxergar – está diretamente relacionado com a capacidade e o alcance de seu pensamento.
            O PMDB parece contribuir para o uso de “óculos piratas”. O partido atual é oriundo da bipartidarização da Ditadura. Até a abertura democrática de meados da década de 1980 dois partidos dominavam: a ARENA, partido oficial que dava sustentação aos militares, e o MDB, que “fazia de conta” que era oposição. Acostumou-se com os bastidores do poder.
            Com a redemocratização não largou mais “o osso” federal. Sarney foi presidente de 1985 à 89. O PMDB esteve junto com Collor de 1990 à 92. Quando este foi cassado, seu vice Itamar Franco assumiu pelo PMDB até 1994. De 1995 à 2002 o PMDB esteve abraçado com Fernando Henrique Cardoso. E em nome da “governabilidade” está desde 2003 até hoje de “mãos dadas” com o PT.
            No Rio Grande do Sul, a partir da redemocratização, o PMDB teve Pedro Simon como Governador até 1990. Antônio Britto governou de 1995 à 98. De 2003 à 2006 foi a vez de Germano Rigotto. O PMDB apoiou Yeda Crusius do PSDB de 2007 à 2010. E agora voltou com Sartori.

            Lembrando-se desse “ad aeternum” do PMDB no poder e sua volta com Sartori, uma professora estadual começou a comparar seus contracheques desde o tempo do Simon. Fez uma comparação simples. Somou as reposições salariais autorizadas por Simon, Britto, Rigotto e Yeda. E comparou com o que foi recebido de 2011 à 2014. Numa primeira olhada pensou: preciso trocar o óculo! Continua.
        Noite da Jovem Guarda

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Em entrevista ao programa Direito & Literatura na TV Senado, o poeta gaúcho e “imortal” Carlos Nejar lembrou que a “civilização está ameaçada pela barbárie em termos culturais”. Em particular estava se referindo à literatura de “autoajuda” e à música “funk” e “sertaneja”, entre outros “modismos musicais” na cena nacional.
            Não vejo problemas nas diferentes formas de expressão, muito pelo contrário. Fico pensando é na “massificação” cultural patrocinada pela “midiocrização” da sociedade (usando expressão do Juremir Machado da Silva). Questão de consumo. A mídia dominante esforça-se para padronizar gostos e fabricar desejos.
            Mesmo com essa proximidade da “barbárie” há focos de resistência! Não sei por quanto tempo. “A Noite da Jovem Guarda” do último dia 16 me deixou esperançoso. É a segunda edição de um evento que atrai um público, diria assim, “diferenciado”, obviamente não sendo melhor que ninguém.
            A comunidade do Santo Anjo da Guarda em Três Cachoeiras insiste em ser vanguarda em alguns assuntos! Ô turma insistente! Ainda bem, porque é graças a essas pessoas incansáveis que podemos desfrutar de momentos muito agradáveis ao relembrar um pouco do “pop” nacional e internacional das décadas de 1960 e 1970.
            O evento contou com a apresentação “repaginada” de duas bandas que fizeram sucesso na região na época: Fórmula 1 Master Revival, tocando “pop rock”, e Embalo 5 tocando músicas da Jovem Guarda. Além dessas, se apresentou ao final da noite a Banda Eclipse tocando para gostos variados.
            Que esse tipo de evento se repita. Os “sessentões” e “cinquentões” agradecem! Alguns “quarentões”, “trintões” ou até “vintões” também! Parabéns aos organizadores do evento realizado em prol do Clube de Mães da comunidade. Esperamos outros momentos do gênero. Muitos ouvidos agradecerão.


        Noite de “cabrito”

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            A originalidade de Três Cachoeiras parece não ter limites. É muita criatividade. Sexta-feira foi reinventada e turbinada. Principalmente ao fim da tarde, entrando na noite se necessário. A noite vira quase uma festa. Aí até os “cabritos são pardos”. Dizem as boas línguas que existem “cabritos que podem mais” do que um cabrito qualquer.
Tem o “cabrito carregadeira”, conhecido popularmente como “cabrito patrola”. Esse parece um “bom bril”, faz quase tudo: carrega, espalha, faz buraco, limpa...
            Outro tipo é o “cabrito caçamba”. Geralmente age em parceria com o “cabrito carregadeira”. É uma dupla quase inseparável. Quando o “cabrito caçamba” é ajudado por seu parceiro, acontece um fenômeno curioso na frente de muitas casas ou terrenos: aparecem “montes” nesses lugares. Têm locais que banhados somem por causa desses montes que são feitos e espalhados pelos amigos. Mas não para por aí. O “cabrito caçamba” é capaz de transportar objetos variados, de entulho à mudança.
            Não menos conhecido é o “cabrito retroescavadeira”. É uma espécie multitarefa também. Abre buraco, valo, limpa aqui e ali, espalha... É muito requisitado no município, tanto no centro como no interior.
            É uma equipe que, ao que parece, faz hora extra sem custos ao cofre público da Viúva Municipal. Mas uma coisa não fecha: quem contrata os “cabriteiros” diz que o serviço é pago! Pago por quem? A Viúva Municipal não paga diretamente, mas seus pertences são usados com ou sem autorização? Ou com o consentimento de alguém?

            Mas isso deve ser mais uma dessas estórias da carochinha! “Todo mundo sabe que existe, mas ninguém vê nada, ninguém sabe de nada”. Nem mesmo a oposição – que deveria por obrigação fiscalizar – sabe alguma coisa. Afinal, daqui pouco mais de um ano e meio trocam os chefes e provavelmente estes mesmos podem precisar desses “caprinos”. Deve virar lenda! Ou já é?
        Indiferença

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Tem horas que é preciso ouvir mais e falar menos. Em outras é preciso conter a vontade de escrever e ler mais. Tantos assuntos para escrever. Afinal, o momento pelo qual nossa cidade, estado e país passa precisa ser acompanhado com muito cuidado. Muitas coisas importantes estão acontecendo, mas parece que muitas pessoas não estão nem aí.
            Em Educação e Compromisso, Moacir Gadotti lembra uma passagem de Antonio Gramsci, em La Cità Futura de 11-2-1917, muito atual:
“Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel, acredito que ‘viver significa tomar partido’. Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
            A indiferença é peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador e a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e, ás vezes, os leva a desistir da gesta heroica (...).
            Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhe impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura, que estamos a construir (...).
            Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes”.

            Enrustidos, “duas caras”! Saiam de cima do muro! Seria isso que Gramsci queria dizer?
        Lavagem legal

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            A moda pegou. Parece que faz tempo. Temos nossa lavanderia oficial. Pode ser da “viúva municipal”. Será que por aqui se “lava” muito também? Eu sou ingênuo. Acreditava que lavagem significava limpeza. A lavagem da “lava jato” está mostrando o contrário.
            O Juremir Machado da Silva tem razão: quando um governante diz que tem que economizar, na prática ele gasta mais com o que não precisa. Para educação, segurança e saúde faltam recursos. Mas para lavagem? Afinal, o que é R$ 350.000,00! Quantia pífia! Um trabalhador que ganha salário mínimo de R$ 788,00 só tem que trabalhar trinta e sete anos (37) de sua vida para somar esse valor. Detalhe: não pode gastar nada.
            Mas, cá entre nós, caro leitor: “lavador” ser marido de secretária ou vice versa só pode ser mera coincidência. Bobagem. Nada haver. Só por que a “mulher legalidade” sabe como funcionam as licitações da “viúva municipal” e a empresa do esposo ganhou alguma! Pura impessoalidade! Intriga da oposição!
            Em agosto de 2013 escrevi “Como é gasto nosso dinheiro”. Levantei a “lebre” sobre a questão de “serviços”. Entre valores exorbitantes para “recuperação de HD” e “geometria e balanceamento” listei também o item “lavagem” de carro oficial que já naquela época custava a bagatela de R$ 168,000. Tudo legal!
            O caso “lava jato” tem mostrado aos mais atentos que as “malandragens” concentram-se principalmente no setor “serviços”. Quem da “viúva municipal” fiscaliza a quantidade de serviços de “lavagem” prestados pelas empresas em cena? Devemos confiar na impessoalidade entre o “marido lavador” e a “mulher legalidade”, que à noite, sem mais o que fazer, trocam figurinhas e prestação de contas de quantas “lavagens” foram feitas?

            Devemos ter mais uma CPI. Como se chamará? CPI da “Lavação”? Depois dos R$ 0,28 (vinte e oito centavos) a mais por litro de óleo diesel, se “comemora” 27 anos com “lavagem”.

sábado, 25 de abril de 2015


Próximos candidatos
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

Estava caminhando pelo centro outro dia quando encontrei um de meus leitores. Parei para “bater um papo”. Prefiro esse tipo de conversa a rede social. Sou “antigo” ainda! Adivinhe o assunto?... Lascou uma pergunta de cara: - quem tu achas que serão os candidatos na próxima eleição? Respondi que é muito cedo para nomes e que ocorre uma distorção: escolhe-se primeiro os nomes, o projeto vem depois.

Foi por aí que o “papo” começou e se alongou. De fato o tempo cronológico está afastado ainda de 2016, mas as articulações parecem não estar tão distantes assim. É claro que em município pequeno como o nosso as coisas são mais devagar. Mas estão acontecendo.

Os candidatos da situação mais cotados são o Prefeito desafinado e o Vereador roedor. Pelo menos é o que parece, salvo alguma surpresa. No entanto, um ou outro não faz muita diferença no tabuleiro. Parece óbvio para o leitor esclarecido que nosso guia municipal não tem ideia própria, não manda. Ele mesmo confessou que não lê projetos, portanto reconhece que é analfabeto funcional. Palavras suas. Assim, alguém faz isso por ele. Alguns indícios nos levam a crer que a “eminência parda” é quem rói o quarto pequeno pelas “beiras”.

O que pode haver é uma disputa de egos. Se nosso guia não for candidato à reeleição atestará que seu governo foi um fracasso. Nesse caso pode ser realista. O contrário também pode acontecer. Mas nunca houve reeleição em Três Cachoeiras. Vale o risco a reconhecer que seu mandato foi um desastre?

Quanto à oposição muitas são as conversas e também o jogo de egos. Não poderia faltar. Basta saber se o “bloco” partidário PMDB, PDT e PT permanecerá o mesmo e até contar com o reforço do PTB. Ou ainda a opção de uma terceira via de bico grande.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 24 de abril de 2015.

Será mais uma pegadinha?
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

Será que nosso guia municipal quer nos enganar? A tática é velha: economizar nos três primeiros anos para no seguinte espalhar “favores”. Mas é para sua reeleição ou para dar queijo ao roedor? A campanha parece ter começado. É churrascada pra todo lado.

No entanto, município não é para dar lucro. É para atender o cidadão em suas múltiplas necessidades, principalmente aqueles que mais necessitam. Mas não é isso que vem acontecendo. No fim de 2014 nosso guia anunciava que sobraria no caixa mais de um milhão de reais. Incrivelmente mudou de conversa; agora está dizendo que há falta.

O mais incrível ainda é que muitos acreditam no chororô. Mas os números desmentem. Basta dar uma olhada no sítio do TCE – Tribunal de Contas do Estado. Observe que os valores são informados pela própria Prefeitura.

Colhi alguns, que são de domínio público, só para exemplificar. Comparando os dados do primeiro bimestre de 2014 com o mesmo período de 2015 verificamos que a receita (entrada de dinheiro no caixa do município) cresceu cerca de 15%, mais que o dobro da inflação. Passou de R$ 3.320.179,00 (Três milhões trezentos e vinte mil e cento e setenta e nove reais) nos meses de janeiro/fevereiro/2014 para R$ 3.810.737,00 (Três milhões oitocentos e dez mil e setecentos e trinta e sete reais) no mesmo período de 2015.

O aumento de receita por si só não quer dizer que tem mais dinheiro. Assim como entra, sai com as despesas. E elas aumentam. Ou pelo menos deveriam aumentar. Aqui é onde o discurso está longe da realidade. No bimestre janeiro/fevereiro/2015 a despesa foi de pouco mais de 60% (R$ 2.393.322,00 – Dois milhões trezentos e noventa e três mil e trezentos e vinte e dois reais) em relação à receita. Será que os números estão mentindo? Ou é empulhação pura? Se for mais uma piada, conta outra!

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 17 de abril de 2015.

Impostos e sonegações
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

No mês de abril comemoramos o aniversário de emancipação política de Três Cachoeiras pagando IPTU. Os valores foram “atualizados”. A choradeira é correspondente ao tamanho dos bens. Mas como quase sempre, quem “chora mais”? Os ricos. E a maioria dos ricos parece igual em toda parte. Esbravejam que os impostos são muitos e elevados.

A lógica avarenta do rico é simples: para quê pagar impostos (ou impostos altos) se tem dinheiro para “comprar” tudo particular? A onde tem é assim: escola particular para os filhos, plano de saúde e hospital particular, segurança particular, estradas com pedágio e por aí vai. Para o rico quanto menos impostos melhor; sobra mais. Os pobres, que são a maioria, que se lasquem.

É verdade que a corrupção drena boa parte do que é arrecadado. Mas parece que é só a corrupção a culpada do retorno ruim dos impostos em serviços públicos. O que pouco se fala é em sonegação. Esta, segundo auditores da Receita Federal, é muito maior que a corrupção em valores. E sonegador é nome bonito para corrupto.

Assim como existe o “impostômetro” também existe o “sonegômetro”. Isso mesmo, uma medição da sonegação no Brasil. Basta procurar na rede. Mas para variar, adivinhem: não é divulgado pela mídia dominante.

Uma das últimas operações da Polícia Federal, chamada “Zelotes”, desmontou a “banca” moral de algumas empresas conhecidas. Entre elas a RBS. Logo quem! Cobram moralidade e estão sendo investigados num “esquema” de propinas para que dívidas tributárias sumam da Receita Federal. Que moral!

Mas em Três Cachoeiras não é assim! Todos os munícipes pagam seus impostos religiosamente! O valor do IPTU corresponde exatamente às características dos imóveis. Não tem sonegação de informações. E quando tem compra e venda os valores correspondem às cotações de mercado na hora de recolher o ITBI. Ufa! Ainda bem que aqui não tem sonegação!

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 10 de abril de 2015.

Disputa pelo poder
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

A próxima eleição municipal já vem sendo pensada há muito tempo pelos partidos locais e principalmente pelas figuras que querem o poder e pensam que o tem. E à medida que o tempo passa a disputa fica cada vez mais escancarada. Para não dizer asquerosa.

De fato, devido a sua importância, uma eleição não deve ser pensada de última hora. Para o bem da coletividade deve ser tratada com o zelo que merece. Infelizmente não é isso que ocorre ou está ocorrendo em nossa cidade.

O que se vê é uma disputa de egos. Ideias, ideologias, histórico de partidos e candidatos/as ficam em segundo plano. E esse modo de fazer politicagem continua a atrasar o município. Seria um insulto à política chamar de política o que fazem algumas pessoas que se dizem bons, com destaque ao grupelho que se apossou do que é público atualmente em Três Cachoeiras.

Entre tantos outros males que assombram a política brasileira destaco dois para o cenário trescachoeirense. Primeiro é a satisfação de egos; segundo é a apropriação em proveito particular do que deve ser de todos. “Se Maomé não vai à montanha, a montanha vem a Maomé”. Por aqui fica assim: “Meu prédio na avenida está certo, a lei é que deve ser mudada”.

Com interesses pessoais evidentes, certas figuras estão mostrando suas garras. Outro está mostrando os dentes e sua capacidade de roer. Sua “fantástica fábrica de favores” está recebendo cada vez mais “incentivo fiscal”. Tudo em nome de uma autoproclamada missão divina de caridade que conta com o apoio de fanáticos como em uma seita.

Todo favor pessoal em troca de voto é fraude. E o que se anuncia não parece promissor. Basta saber se terão coragem de enfrentar a lógica da “grenalização” da política local: não importa quem é o candidato ou partido, importa é derrubar quem está no poder.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 3 de abril de 2015.

Corruptos são os outros
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com


Lecionar disciplinas de Ciências Humanas é um desafio. Primeiro porque são desvalorizadas socialmente. Para muitos alunos, pais e inclusive alguns professores de outras áreas é um conhecimento inútil. O que importa é saber ler, escrever e calcular o necessário, principalmente multiplicação. Segundo, porque mexe com questões de desigualdade social, práticas e comportamentos sociais, o que acaba muitas vezes por desconstruir mitos e desnaturalizar o “sempre foi assim”.

As aulas de Filosofia são surpreendentes. Diante de assuntos como caráter, ética e moral “o bicho pega”. Tomando como ponto de partida um tema atual, perguntei a meus alunos qual a diferença entre um caminhoneiro que suborna um policial e um empreiteiro que suborna um político. Num primeiro momento muitas respostas foram estarrecedoras. Disseram que o caminhoneiro se defende e que corruptos são os políticos.

Como assim? Na ótica sobre rodas turbinada, corruptos são os outros. Chega a ser surreal. Conversando com alguns caminhoneiros durante os protestos do início de março ficou escancarada a contradição. Vociferavam contra o governo e a corrupção enquanto achavam “normal” subornar policiais e agenciadores de carga. Questão de sobrevivência! E que sempre foi assim. Opa! Então a corrupção não foi inventada pelo PT. Alívio para os companheiros.

A constatação que se chega é que falta educação. Mas essa educação não é ensinada na escola. Essa educação vem de casa, vem do exemplo e das atitudes dos pais e da sociedade. Honestidade e comportamento ético vêm de um aprendizado que começa bem cedo. Mas só ensinar não basta. Tem que praticar. Esperar que a escola seja a redenção do país mascara a realidade.

Por isso, a tarefa do professor de Ciências Humanas se transforma num desafio babilônico. Ainda mais quando a cultura do levar vantagem e da avareza se alastram a qualquer preço.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 27 de março de 2015.

segunda-feira, 23 de março de 2015


Tiradentes, o “neoavacalhador”
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

Parece que está no DNA do PP (Partido que se diz progressista) a virtude do sectarismo, do reacionarismo e da “avacalhação” na política. Lá e cá, como se diz. Dá a impressão que Três Cachoeiras está apartada do Rio Grande do Sul e do Brasil, só fazendo parte da nação quando vem emenda parlamentar ou qualquer outra verba. Pelo menos é o que se denota das manifestações de membros do PP local.

Nas manifestações do último domingo, pela cobertura da mídia nacional golpista, não vi nenhum cartaz dizendo “Fora PP”, partido com a maioria de políticos investigados na roubalheira da Petrobras. Muitos se interrogam por que esse partido abriga esse tipo de gente. As raízes são históricas. Para refrescar: o PP é o filhote mais autêntico da Arena, partido que apoiava a Ditadura de 1964 à 1985, e que portanto, apoiava ou fechava os olhos para as prisões ilegais, torturas, mortes e desaparecimentos cometidos durante o regime de exceção.

E parece também que esses filhotes estão dando cria a novos seguidores, agora envernizados com títulos. Não bastasse a postura desequilibrada e maldosa do Vereador Flávio, que “esculhamba” a política local, temos também o Vereador Marcelo Capelani “chegando uma terrinha” para “avacalhar” os debates políticos. Desde o ano passado quando era presidente da Câmara de Vereadores tem demostrado isso. Equilíbrio e controle parecem não serem seus pontos fortes. Ouvir também não.

Nas grandes cidades, partido conservador e de direita como o PP tendem a desaparecer. Nos municípios pequenos e no interior ainda se mantém vivo por conta da manutenção da “velha política” de favores e de jeitinhos. Nesses locais os serviços públicos são mais precários. Daí entra a figura desses políticos “facilitadores”, uma espécie de despachante entre o que é de direito transformado em favor.

Diante da fala e da prática do prefeito, vazia de entendimento e de realidade, e das atuações de alguns de seus vereadores pepistas, não espero muita coisa nos próximos dois anos, a não ser a “fantástica fábrica de favores” que pode ganhar “incentivo fiscal” em 2016.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 20 de março de 2015.

PPetrolão sobre rodas
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

Até agora parecia que o único partido envolvido na roubalheira da Petrobras era o PT. No entanto, a tão esperada lista do Procurador Geral da República trouxe surpresas que não deveriam surpreender tanto assim. O partido que mais nomes têm é o PP (Partido Progressista) seguido de PMDB, PT, e quem diria, até o PSDB.

Os “vestais” da moralidade aproveitam qualquer denúncia para acabar com a reputação de alguém. Ainda mais quando conta com a ajuda manipuladora dos “donos do poder” da mídia. Mas quando seus nomes aparecem no meio da lama dizer que não sabem de nada.

No Rio Grande do Sul a lista pegou em cheio toda a bancada de Deputados Federais do PP. Presumindo inocência e tentando esquivar o PP da lambança, a Senadora do PP Ana Amélia Lemos falou nos últimos dias em moralidade também. Logo ela que era empregada da RBS e do seu marido – senador biônico – no Senado ao mesmo tempo.

Eis que esses deputados federais são bem conhecidos por aqui também. O Vereador Flávio é cabo eleitoral do Deputado Jerônimo Goergen, o chorão. A Vereadora Fabiana é cabo eleitoral do Deputado Renato Molling. José Otávio Germano, aquele mesmo envolvido nas investigações do DETRAN-RS, é apoiado pelo ex-prefeito Valdir. O Prefeito Nestor apoia Vilson Covatti, hoje ex-deputado, que esteve por aqui nos comícios do PP na última eleição com discursos inflamados; fez seu sucessor no congresso: Covatti Filho. Afonso Hamm e Luis Carlos Heinze também são conhecidos em Três Cachoeiras

Tomando como parâmetro a lógica de “onde há fumaça há fogo”, como é que fica agora? Os vereadores e cabos eleitorais do PP de Três Cachoeiras abandonarão seus deputados federais – fontes de recursos e emendas – em nome da moralidade, ou diferentemente de como tratavam os do PT – julgados culpados de antemão – dirão que seus deputados são diferentes e inocentes?

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 13 de março de 2015.

segunda-feira, 9 de março de 2015


Dias interessantes

Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

Se é que ano novo começa depois do carnaval, 2015 iniciou bem em Três Cachoeiras. Bem agitado. A “greve dos caminhoneiros” mudou a rotina da cidade. O movimento deu evidência nacional para o município no assunto em pauta.

Quase todo problema no Brasil tem que ser enfrentado com um inimigo. Alguém ou algo tem que ser o culpado. No caso dos caminhoneiros o inimigo é o governo federal, personificado na figura da presidenta da república.

No que se refere ao preço dos combustíveis, em especial o óleo diesel, a causa é justa. Os preços estão absurdos. E isso, embora seja livre o mercado de combustíveis, é responsabilidade do governo federal. Ponto. No entanto, por que o preço dos fretes não acompanha a escalada de preços dos custos? Nesses preços, o governo federal não tem ingerência. Nesse setor é livre a iniciativa privada e vale as regras de mercado, afinal vivemos numa economia de mercado.

Só que nisso pouco ou quase nada se fala: nos empresários do setor. Esses parecem que estão blindados. Por que será? Será que não tem manipulação?

Outra coisa interessante que observei no movimento de Três Cachoeiras foram as figuras que participaram dos atos. Entre tantas outras, figuravam atores emblemáticos da direita local.

São figuras interessantes. Quando acontece um movimento reivindicatório de outras categorias logo vêm os adjetivos: “vagabundos”, “baderneiros” e por aí em diante. É assim que algumas pessoas da direita local tratam professores quando fazem suas manifestações por exemplo. Agora estão do outro lado. Um dia depois do outro. Como é que podemos chamar essas pessoas agora?

Não menos interessante foi os dizeres de uma faixa exibida no local dos protestos, dizendo que “os professores de Três Cachoeiras apoiavam o movimento”. Será que era a opinião de todos? Usar o chapéu de alguns dizendo que é de todos não fica bem. Vamos ver se num possível e próximo movimento de professores aparece uma faixa dizendo “os caminhoneiros de Três Cachoeiras apoiam esse ato” irrestritamente.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 06 de março de 2015.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015


Locaute

Para refletir sobre a greve!

Por Sandro Ari Andrade de Miranda, advogado, mestre em ciências sociais.

Sempre que observamos um movimento paredista de caminhoneiros a triste lembrança do Chile volta do passado. Na época, insuflados por uma ação da Agência Norte-americana de Inteligência, a CIA, um grupo de caminhoneiros realizou uma grande paralisação no país visando conferir legitimidade ao golpe militar que culminou no assassinato do Presidente, democraticamente eleito, Salvador Allende.

O resto da história já é do conhecimento de todos. O Chile viveu uma ditadura cruel, das mais selvagens da história, que contou com requintes de selvageria, como o massacre de milhares de oposicionistas do regime num estádio de futebol.

Sendo assim, quando os caminhoneiros do Brasil realizam uma paralisação em diversos estados é preciso separar o joio do trigo, a necessidade do golpismo, a luta política democrática do mero golpismo.

Sem ingressar no mérito das reivindicações, é preciso destacar que a maior parte das organizações de trabalhadores de transporte acolheu plenamente a proposta do Governo Federal costurada pelo sempre eficiente Ministro Miguel Rosseto. Daí fica a pergunta: se as entidades de classe acolheram a proposta apresentada pelo Governo, porque algumas cidades ainda sofrem com a paralisação e bloqueio de rodovias? Quem ganha com o caos?

Com certeza, não são os caminhoneiros, que terão uma Lei que garante uma série de direitos trabalhistas sancionada na íntegra pela Presidenta da República, além da isenção do pedágio para caminhões vazios e o congelamento do preço do diesel por um período mínimo de seis meses, dentre outras vantagens.

A resposta está nas entrelinhas do movimento, nas suas contradições, e na presença de atores estranhos e alheios ou contrários à pauta de reivindicação dos trabalhadores. Sugiro olhar e fotografar a placa da maior parte dos caminhões paralisados e, com certeza, teremos uma surpresa ao ver que grande parte é de Santa Catarina ou do Paraná. Ou seja, são caminhões das grandes empresas de transportes, que emplacam os seus caminhões em estados que fazem populismo com o IPVA, e se utilizam da desinformação imposta pela mídia da direita golpista, especialmente a Rede Globo, a Folha e a Veja, para sustentar uma crise fabricada.

Há uma imensa contradição entre a Agenda dos trabalhadores rodoviários, que hoje são submetidos a jornadas humilhantes, com garantias mínimas, ou forçados a falsificar contratos de terceirização dos serviços, e o das empresas de transporte, ou ainda do grande agronegócio, que se aproveitam da fragilidade legal do trabalho da categoria para impor um regime quase escravagista e baixos valores de fretes.

Assim, muitos dos trabalhadores que hoje fazem figuração no movimento paredista são vítimas da ação deliberada do grupo dominante, e sem a menor compreensão do processo político e social defendem a agenda dos seus maiores inimigos, que são os grandes empresários do agronegócio e das grandes empresas de transporte.

Isso não greve, e sim Locaute, ou Lockout, para utilizar a expressão britânica. Trata-se de uma prática proibida pela legislação brasileira, exercitada pelos empregadores, que tem por objetivo frustrar ou dificultar o atendimento de reivindicações dos empregados.

No Locaute impende-se o acesso dos trabalhadores aos meios de trabalho, ou simplesmente é suspendido o direito ao trabalho através do uso desproporcional da força econômica. O resultado buscado pelos dirigentes dos Locautes é sempre o enfraquecimento da pauta da classe trabalhadora organizada para impor um regime de interesse do capital. Não é por acaso que figuras desconhecidas, surgem, do nada, como líderes, normalmente “laranjas” muito bem pagos pelos interessados nos resultados do movimento contra-reivindicatório.

Assim, você brasileiro que hoje sofre com a chantagem egocêntrica de um grupo de caminhoneiros que violentamente bloqueiam a circulação de caminhões, ou com a campanha de pânico imposta pela mídia golpista, especialmente a Rede Globo, fiquem certos que não são os trabalhadores que lideram o essa organização paredista, Mas aqueles que se usufruem da exploração de milhares de trabalhadores que atuam no segmento do transporte.

Não há uma greve legítima, esta terminou na quarta-feira, na reunião entre o movimento dos caminhoneiros e o Ministro Miguel Rosseto. Temos, isto sim, um Locaute, medida absolutamente ilegal.

Quais os motivos deste movimento, que curiosamente começou no Paraná, Estado onde o Governador, vinculado ao PSDB, enfrenta protestos diários pelas denúncias de corrupção e pelo corte dos direitos de servidores públicos, e mostra alguma forma no Rio Grande do Sul, onde o Governador Sartori promete atrasar o pagamento da folha salarial dos servidores.

Talvez a resposta sejam a tentativa de abafar as denúncias contra Aécio Neves e FHC na operação Lava-jato, ou ainda o vergonhoso escândalo do HSBC, esquecido pela mídia, e que representa o maior caso de corrupção e de lavagem de dinheiro do Planeta, ou para dar gás à sede golpista de um grupo de conservadores que não consegue aceitar a perda das eleições de outubro, ou ainda, claramente, para atrasar a sanção da Lei dos Caminhoneiros, o que traria uma imensa e justa vantagem para esta importante categoria profissional.

Se estamos diante de um Locaute, e não de uma greve, não há mais exercício da Democracia, mas sim um típico caso de polícia, e que assim deve ser tratado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

domingo, 4 de janeiro de 2015


Premiação

Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com


Fim de ano é assim: confraternização, amigo secreto, Papai Noel e prêmios. No quesito premiação está faltando uma pompa maior para agraciar “autoridades” ou “personalidades” e órgãos ou organizações em Três Cachoeiras. Por isso, diante dessa falta, lanço minha contribuição para atribuirmos alguns títulos que não podem ser esquecidos neste ano que esta terminando.

A premiação é dividida em categorias. Afinal temos que inventar uma categoria para cada situação, pois corre-se o risco de alguma “personalidade” ficar de fora, pois não “fede nem cheira”, como diz a sabedoria popular.

Mas chega de rodeios. Vamos lá. Na categoria “Brincalhão do ano”, o prêmio “Sérgio Malandro” vai, indiscutivelmente, para Nosso Guia municipal, o “Perfeito Reizinho”. Não podia ser diferente, afinal suas pegadinhas constantes em relação à falta virtual de dinheiro com a sobra real são muito boas.

Na categoria “Esculhambador da política local e das sessões da Câmara Municipal”, o prêmio duplo “171” e “Jeitinho Brasileiro” vai - por aclamação - para o Vereador “Roedor”. É o reconhecimento mínimo pela sua contribuição “jeitosa” na “avacalhação” da política e das relações sociais locais.

A categoria “Mil e uma inutilidades” deveria ser revelada na última sessão da Câmara Municipal. O ganhador (a) dessa honraria abocanharia os prêmios “Bom Bril do Paraguai” e “Discurso bonito pra bajulador aplaudir”. Como a sessão foi tumultuada o prêmio ficou por ser revelado.

Nesse ano temos também a categoria “Turismo com Saúde sobre rodas”, antiga “Ambulânciaterapia”. O prêmio “Agência de Viajem” foi conferido, por unanimidade, para a Secretaria Municipal de Saúde, principalmente pelos “amigos”, afinal, para amigos sempre se dá um “jeitinho”.

A categoria “Melhor Equipe Diretiva de Escola Municipal”, que levaria o prêmio “Perfeição”, não teve ganhadora porque as concorrentes à distinção não entenderam o regulamento.

Já a categoria “O que é serviço público” não teve nem concorrente. O prêmio “Obrigação não é Favor” foi recusado por alguns servidores públicos que dizem não se enquadrarem na categoria “servidor”, mas sim na categoria “fazedor de favor”.

Ano que vem tem mais.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 24 de dezembro de 2014

Formatura

Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com


Nesta sexta-feira ocorre a formatura do Ensino Médio do Instituto Estadual de Educação Maria Angelina Maggi de Três Cachoeiras. Aparentemente é mais uma formatura de fim de ano como tantas outras que acontecem e aconteceram. Mas esta tem uma diferença: são as primeiras turmas a concluírem os três anos do Ensino Médio Politécnico, novo curso de Ensino Médio que começou a partir do ano de 2012 nas escolas estaduais do RS.

Nesses três anos de experiência muitas coisas aprendemos. Embora romper com o tradicional e o “sempre foi assim” não seja tarefa muito fácil, uma semente foi plantada. É claro que não é um projeto acabado, tampouco seja perfeito. É uma proposta diferente que pode e deve ser lapidada para transformarmos a educação cada vez mais em direito, inclusão e igualdade.

É uma tentativa de mudarmos a realidade a partir de uma visão diferente de mundo e consequentemente de educação. Para a educação tenta resgatar a concepção de que crianças e adolescentes não são apenas números, são seres humanos em formação escolar e por isso devem ser tratados como tal e não como coisas.

Como professor e humanista faço parte dessa caminhada. E me sinto muito a vontade para defender ou criticar este ou aquele método/modelo educacional. De fato temos que aprimorar algumas coisas, mas temos que mudar.

Se queremos um estado/nação mais justo temos que nos desafiar. E o desafio começa em se dar conta que tem alguma coisa errada em nosso país. Não é possível um país com tamanha riqueza como o Brasil ter tanta desigualdade e negação de direitos essenciais à dignidade de seu povo.

Espero que esta visão seja de estado e não de governo. Alguns professores, pais ou alunos parecem desejar que, com a posse do novo governador, o modelo educacional volte como era antes. Por um mundo de mais igualdade e dignidade e de menos injustiça e discriminação, que a mudança continue.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 19 de dezembro de 2014