Verdades papais
Eduardo
Mattos Cardoso eduardomattoscardoso@gmail.com
A música do Engenheiros do Havaí, “o
Papa é pop,” é atual. Composta ao tempo do Papa João Paulo II, que era “pop”,
cai como luva para o Papa Francisco. Este também é “pop”. É “pop” de popular,
de povo, de social. Por isso fala verdades do mundo real da maioria das pessoas
que passam dificuldades, são dominadas e exploradas. Sou fã do Papa Francisco!
São verdades conhecidas. Eu falo e
escrevo muitas delas. E você, caro leitor, provavelmente as conhece também. O
problema é que somos, eu e você, reles mortais. Já o Papa é o “Papa”. E esse
parece não ter “papas” na língua. Ou você duvida do que o papa diz?
Em recente visita à Bolívia o Papa
Francisco soltou vários verbos como vem fazendo em outras oportunidades. Uma
das verdades que falou: “A ambição desenfreada pelo dinheiro... é o esterco do diabo”.
É uma metáfora genial. O lucro e o dinheiro não podem mandar nas pessoas. O
capital deve servir ao ser humano e não o contrário. É disso que falo quando
lembro o baile de R$ 380,00 numa noite. Pode ser uma síntese da avareza: lucrar
explorando para viver experiências luxuriosas! É o orgasmo dentro da lógica
capitalista!
Outra verdade lembrada pelo Papa: o
monopólio da informação, ou melhor, da desinformação. O foco dos canais e meios
de comunicação dominantes – em sua maioria esmagadora – não é a informação
imparcial. É manipulação das informações de acordo com sua visão de mundo ou de
seus patrocinadores, sempre dentro da lógica da dominação e domesticação. Criar
consumidores alienados e mantê-los assim. Cidadania não interessa à ordem do
capital. Pessoas que pensam muito menos.
A luta por uma sociedade mais justa e
humana é permanente. Tem muitas pessoas lutando por isso. Três Cachoeiras esteve
representada na Bolívia pela Anelise Becker, uma militante dessas causas
nobres. Temos muitas pessoas do bem a nossa volta. Basta enxergarmos.