Crise, que crise?
Eduardo
Mattos Cardoso eduardomattoscardoso@gmail.com
Tem coisas que não fecham. As
pessoas que assistem os canais comerciais de televisão predominantes acreditam
que a crise “tá feia”. Não sabem explicar muito. Mas repetem o que a mídia
golpista receita.
Como a moda pega, Três Cachoeiras
não pode ficar atrás. Até batedores de panela temos por aqui. Pode ser símbolo
de identificação de classe. Dá “status” morar em apartamento. Nas alturas há a
possibilidade de se enxergar mais o horizonte. O problema é qual se quer ver.
O que se vê não sabemos muito. Agora
ouvir..., é muita choradeira. De gente grande! Em nossa cidade também se fala
muito em crise. Mas não é o que parece. Ande num sábado pela manhã e verifique
os comércios ligados ao caminhão: oficinas mecânicas, apara barros, auto
elétricas, etc. A grande maioria fechados. Que crise é essa? Onde está a crise?
É crise só para caminhoneiro? É só para autônomo?
Jovens do sexo masculino continuam
escolhendo emprego. Fica desempregado quem quer, anunciam muitos. Mas e a
crise? Não está provocando desemprego? Em que lugar?
No entanto, a chiadeira segue. O
empresariado trescachoeirense em geral reclama de quase tudo. E da crise!
Parece uma senhora onipresente. Os impostos são muitos e altos, reclamam. E a
corrupção! Dizem que foi inventada pelo PT. Que a crise é culpa do PT, enfim,
mesmo que não seja, qualquer coisa que aconteça de ruim a culpa é do PT. E a
sonegação de impostos, que é pura corrupção, parece que ninguém conhece por
aqui. Vão além, dizem que se existe em algum lugar, é para se defender do
governo. Nota fiscal pela metade, quando tem, nunca ouviram falar!
Nesse mesmo sábado, dê uma verificada
também em algumas lojas do centro que vendem produtos mais requintados. O
mercado de luxo só aumenta. Nesse mesmo dia confira se tem um baile de casal ao
preço módico de R$ 380,00. Metade do salário mínimo. Crise, que crise?