sexta-feira, 21 de agosto de 2015

        Crise, que crise?

Eduardo Mattos Cardoso                  eduardomattoscardoso@gmail.com

            Tem coisas que não fecham. As pessoas que assistem os canais comerciais de televisão predominantes acreditam que a crise “tá feia”. Não sabem explicar muito. Mas repetem o que a mídia golpista receita.
            Como a moda pega, Três Cachoeiras não pode ficar atrás. Até batedores de panela temos por aqui. Pode ser símbolo de identificação de classe. Dá “status” morar em apartamento. Nas alturas há a possibilidade de se enxergar mais o horizonte. O problema é qual se quer ver.
            O que se vê não sabemos muito. Agora ouvir..., é muita choradeira. De gente grande! Em nossa cidade também se fala muito em crise. Mas não é o que parece. Ande num sábado pela manhã e verifique os comércios ligados ao caminhão: oficinas mecânicas, apara barros, auto elétricas, etc. A grande maioria fechados. Que crise é essa? Onde está a crise? É crise só para caminhoneiro? É só para autônomo?
            Jovens do sexo masculino continuam escolhendo emprego. Fica desempregado quem quer, anunciam muitos. Mas e a crise? Não está provocando desemprego? Em que lugar?
No entanto, a chiadeira segue. O empresariado trescachoeirense em geral reclama de quase tudo. E da crise! Parece uma senhora onipresente. Os impostos são muitos e altos, reclamam. E a corrupção! Dizem que foi inventada pelo PT. Que a crise é culpa do PT, enfim, mesmo que não seja, qualquer coisa que aconteça de ruim a culpa é do PT. E a sonegação de impostos, que é pura corrupção, parece que ninguém conhece por aqui. Vão além, dizem que se existe em algum lugar, é para se defender do governo. Nota fiscal pela metade, quando tem, nunca ouviram falar!

Nesse mesmo sábado, dê uma verificada também em algumas lojas do centro que vendem produtos mais requintados. O mercado de luxo só aumenta. Nesse mesmo dia confira se tem um baile de casal ao preço módico de R$ 380,00. Metade do salário mínimo. Crise, que crise?