Eduardo Mattos Cardoso
Professor Mestre em História
De tempos em tempos aparece uma novela boa. Quando era bem pequeno lembro-me de uma que se chamava “Que rei sou eu”. A história se passava num reino fictício. Lá pelas tantas teve eleição. E a maioria do povo escolheu, adivinhe quem, o “Bode Zé”. Era um protesto. Mas era emblemático.
O bode é um animal muito importante no nordeste semiárido brasileiro. Devido sua resistência naquele ambiente seco. Mas a palavra bode pode ter sentido pejorativo na linguagem popular. Além do que pode significar confusão. Ainda tem o bode expiatório que é o indivíduo que paga pela culpa alheia.
Numa sociedade altamente hipócrita como a nossa o caprino expiador está em todas. O culpado é sempre o outro, ou outra pessoa. Nunca eu. Parciais são os outros. Em lugares onde a perfeição é aprimorada há bode para tudo. Nossa cidade é exemplar nesse quesito.
Como as novelas andam ruins, prefiro a da Câmara de Vereadores de Três Cachoeiras. É mais emocionante. Já que a Secretaria de Educação e Cultura não sabe o que é Educação e muito menos Cultura sobra o capítulo legislativo semanal. Pelo menos não é um monólogo. Embora tentem o fazer.
O vereador biônico está tentando fazer a sua parte. Mas é complicado. O último capítulo antes do recesso parlamentar (nome bonito para férias) de meio de ano foi diferente. Teve a participação especial de secretária e funcionária para falar e esclarecer dúvidas sobre a perda dos R$300.000,00 e consequentemente do futuro ginásio municipal ao lado da escola Angelina Maggi.
Mais uma tentativa de explicar o inexplicável e tirar o corpo fora. Da incompetência à inocência existe uma separação muito tênue. Para o ouvinte desavisado os discursos com palavras bonitas impressionam. Mas não há nada de novo. Pura empulhação. Dos nove vereadores um não perguntou nada. Adivinhe? Quem paga a conta?
Como poucos neste município tem capacidade e hombridade de assumir erros, o que esperar de nossos funcionários públicos “boquistas”? A diferença de “Que rei sou eu” para Três Cachoeiras é que naquela novela o “Bode Zé” não assumiu o cargo, é claro. Mas em nosso município aconteceu o contrário. Resumo da ópera: como incompetência não se assume (é sempre culpa de outro) e devido a “forças superiores” ficou fácil para o dr. falastrão narrador decretar a existência de um bode expiatório que de tão expiatório foi até promovido. Essas “forças superiores”...! Deu bode.
Professor Mestre em História
De tempos em tempos aparece uma novela boa. Quando era bem pequeno lembro-me de uma que se chamava “Que rei sou eu”. A história se passava num reino fictício. Lá pelas tantas teve eleição. E a maioria do povo escolheu, adivinhe quem, o “Bode Zé”. Era um protesto. Mas era emblemático.
O bode é um animal muito importante no nordeste semiárido brasileiro. Devido sua resistência naquele ambiente seco. Mas a palavra bode pode ter sentido pejorativo na linguagem popular. Além do que pode significar confusão. Ainda tem o bode expiatório que é o indivíduo que paga pela culpa alheia.
Numa sociedade altamente hipócrita como a nossa o caprino expiador está em todas. O culpado é sempre o outro, ou outra pessoa. Nunca eu. Parciais são os outros. Em lugares onde a perfeição é aprimorada há bode para tudo. Nossa cidade é exemplar nesse quesito.
Como as novelas andam ruins, prefiro a da Câmara de Vereadores de Três Cachoeiras. É mais emocionante. Já que a Secretaria de Educação e Cultura não sabe o que é Educação e muito menos Cultura sobra o capítulo legislativo semanal. Pelo menos não é um monólogo. Embora tentem o fazer.
O vereador biônico está tentando fazer a sua parte. Mas é complicado. O último capítulo antes do recesso parlamentar (nome bonito para férias) de meio de ano foi diferente. Teve a participação especial de secretária e funcionária para falar e esclarecer dúvidas sobre a perda dos R$300.000,00 e consequentemente do futuro ginásio municipal ao lado da escola Angelina Maggi.
Mais uma tentativa de explicar o inexplicável e tirar o corpo fora. Da incompetência à inocência existe uma separação muito tênue. Para o ouvinte desavisado os discursos com palavras bonitas impressionam. Mas não há nada de novo. Pura empulhação. Dos nove vereadores um não perguntou nada. Adivinhe? Quem paga a conta?
Como poucos neste município tem capacidade e hombridade de assumir erros, o que esperar de nossos funcionários públicos “boquistas”? A diferença de “Que rei sou eu” para Três Cachoeiras é que naquela novela o “Bode Zé” não assumiu o cargo, é claro. Mas em nosso município aconteceu o contrário. Resumo da ópera: como incompetência não se assume (é sempre culpa de outro) e devido a “forças superiores” ficou fácil para o dr. falastrão narrador decretar a existência de um bode expiatório que de tão expiatório foi até promovido. Essas “forças superiores”...! Deu bode.
Artigo publicado no Jornal O Fato em Foco no dia 19 de julho de 2013.