segunda-feira, 15 de julho de 2013


Sobre crítica e sandálias

Eduardo Mattos Cardoso

Professor Mestre em História


Na cidade “que pode mais” é muito difícil debater sobre política e o que é público. Sempre tem uma turma rançosa e incompetente de plantão. Para maquiar a verdade. Não gostam de crítica ou a ignoram. Não gostam de números, comparações. Por isso escondem o que podem. Não gostam de informação precisa. Abrir contas públicas então, nem se fala. Dizem que vão fazer diferente, mas aprimoram o que ainda existe de mais atrasado na sociedade.

É cansativo tentar dialogar com ignorante mal educado e maldoso. Claro, eles têm que puxar saco até debaixo d’agua. Até entendo. Como são incapazes e não tem autonomia (um mal da humanidade), precisam manter seus empregos (públicos e privados) ou “bocas” a todo custo. Agora, empulhar a população como “arautos da novidade” agride a mínima inteligência. O objetivo, é claro, é tomar o que é público para o interesse privado. Detestam pobres. Para essa turma, tudo o que é benefício social tem que ser cortado.

Numa coisa eu concordo com os administradores municipais. Esse negócio de avaliar “100 dias” ou “6 meses” de governo é uma bobagem. Como afirmaram os vereadores governistas: quem é que pediu avaliação? É óbvio que se avalia desde o 1º dia de governo! Só o que faltava é essa moda pegar por aqui: 100 dias, 6 meses, 1 ano... Se o prefeito concede aumento de 44% para secretários a partir do 1º dia de governo e esnoba R$ 300.000,00 num município “quebrado”, alguma coisa está errada. Por isso a avaliação é permanente.

Mas os rancorosos de plantão, como não tem capacidade de estabelecer um debate de auto nível se escondem no lato sensu. Espalham bobagens, fofocas e maldades. Seus cérebros não aguentam qualidade. Detestam concurso público. Então ficam na mediocridade diária e anestesiada. Esbravejam quando são contrariados. Ai o ranço aumenta ainda mais. É um ciclo interminável.

Infelizmente inauguraram a política do rancor, do ódio e intolerância. E o que é pior, estão contaminando a sociedade local como um todo. E o que é pior ainda, as novas gerações. Apresentam-se como pessoas sérias, justas e idôneas. Na prática mostram-se muito diferentes. Sorrateiras, adeptas do jeitinho, da artimanha, do toma-lá-dá-cá. O que esperar de uma cidade governada e sustentada por pseudogovernantes e que se autointitulam competentes. Ter um projeto de cidade para a maioria poderia ser um começo. E usar as “sandálias da humildade”. Ainda dá tempo.

Artigo publicado no Jornal Fato em Foco no dia 12/07/2013