sábado, 7 de junho de 2014


Sindicalismo e peleguismo
Eduardo Mattos Cardoso

eduardomattoscardoso@gmail.com


A crise de representatividade que vivemos não é restrita a vida política. As eleições das grandes cidades, estados e federal são baseadas em propaganda. Não é, em tese, o melhor candidato que vence. É o melhor produto fabricado pelos marqueteiros.

Assim, não sobra espaço para trabalho verdadeiro. O que se faz é especulação. Portanto, todos nós trabalhadores é que arcamos com uma conta que a cada ano que passa fica mais cara com menores salários e o custo de vida mais alto.

Como organização de luta e resistência para melhores condições de trabalho e renda, confia-se aos sindicatos as aspirações dos trabalhadores de diversas categorias. Mas não bastasse o arrocho dos patrões e governantes, agora, como já há algumas décadas, os sindicatos parecem não representar seus associados.

O que está acontecendo com os sindicatos não é nenhuma novidade. Mas vivemos uma situação surreal: trabalhadores querem fazer greve, mas seu sindicato não. Será que os lideres sindicais foram cooptados e corrompidos pela politicagem?

No setor público arrisco um “pitaco” que também não é nenhuma invenção da roda. Sabemos que a maioria dos sindicatos de servidores públicos tem em seus dirigentes figuras filiadas em partidos políticos. Até aí tudo bem. Afinal, todos têm direito de serem filiados a algum partido. O problema é o aparelhamento dessas entidades de classe, ou seja, o sindicato estar a serviço de um partido ou palco de disputas partidárias.

Quando um sindicato não serve à sua classe, vira pelego. E o que mais temos visto é o peleguismo escancarado. Em todas as esferas públicas. No nosso município não é diferente. As relações promíscuas entre direção do sindicato dos servidores públicos municipais de Três Cachoeiras com o partido atualmente no poder são obscenas.

Mas um dos piores exemplos de sindicato pelego hoje é o dos professores estaduais do RS. É uma espécie de “imperialismo” dos partidos ditos de esquerda. Este sindicato é formado por alguns/as parasitas que há décadas não largam o osso e tenho lá minhas dúvidas de que sabem o que é uma sala de aula atualmente.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 06 de junho de 2014