sábado, 11 de outubro de 2014


Eleição de outro mundo
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com


Domingo tem eleição. Os brasileiros vão escolher presidente da república, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Não é pouca coisa. Muito pelo contrário. Mais uma vez temos a oportunidade de mudar ou lapidar o destino político do nosso país. Porém, para muitas pessoas essa eleição parece de um mundo distante, que quase não tem nada haver com suas vidas.

O que tenho notado é que para uma grande parcela da população do nosso município – Três Cachoeiras – por exemplo, o que importa mais é o que diz respeito à disputa presidencial. Mas infelizmente parece que só existem três candidatos/as. Boas propostas de candidatos ditos pequenos não são debatidas.

Na eleição municipal era mais fácil: só tinha dois candidatos a prefeito. Para presidente tem muitos. A quantidade de candidatos confunde a cabeça de muita gente. Afinal, “o povo” de nossa cidade prefere a “grenalização” política, ou seja, apenas dois lados. Quando tem três, quatro, cinco ou mais parece bagunça eleitoral.

O Brasil tem hoje trinta e dois partidos políticos. Isso mesmo 32. Uns dizem que é um absurdo, um exagero. No entanto, essa quantidade só é possível devido à nossa lei eleitoral que é fruto do processo democrático. Para mexer nisso e melhorar precisamos de legisladores, deputados federais e senadores honestos e comprometidos. Aí a eleição fica mais distante ainda. Muitas vezes as pessoas nem lembram em quem votaram para esses cargos na última eleição, quem dirá acompanhar o que estão fazendo. Para governador e deputado estadual não muda muito.

De 1889, quando o Brasil virou república, até 2009 nosso país teve 117 presidentes. Apenas 16 foram escolhidos através do voto em eleições. O voto direto e secreto e o voto das mulheres só foram possíveis a partir da eleição de 1945. Muito se lutou por esse direito. Infelizmente uma grande parte da população desconhece isso e não valoriza seu voto atualmente. Quem paga depois da eleição?


Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 26 de setembro de 2014