sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


O Chapéu e o Zé

Eduardo Mattos Cardoso
Professor Mestre em História

            Escrever é uma dádiva do ensino. Escrever ao público é instigante. Tem os que me amam e os que me odeiam. O importante é ser elegante. Os que me amam são alfabetizados funcionalmente, acredito. Os que me odeiam..., tenho lá minhas dúvidas. Devem ter aprendido só letras, por isso não aceitam críticas. Detestam a verdade. Em se tratando de política então, nem se fala.
            Num município pequeno como Três Cachoeiras as pessoas acabam pessoalizando os debates. Tratam a política com maniqueísmo puro, ou seja, ou tu é a favor ou tu é contra. É a “grenalização” da política. Tradição gaúcha: ou se é chimango ou se é maragato.
            Verdade não se relativiza. Por isso a verdade dói. Bertolt Brecht, dramaturgo alemão de frases fortes, falecido em 1956, nos ajuda a refletir. Além de ser mais conhecido pelo poema “Analfabeto Político”, diz Brecht que “quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso.” Mas pondera dizendo: “Tenho muito o que fazer. Preparo meu próximo erro.” Todos somos humanos.
            A política pública é um de meus interesses primordiais neste espaço, com maior ênfase a da nossa cidade. Por isso minhas observações e críticas aos gestores de nosso município. Como não estão acima do bem e do mal, não são seres divinos e são mal assessorados, puseram o chapéu metaforicamente pelas observações que fiz no último artigo. Só falavam disso no aniversário!
            E o Zé, quem é? É o Zé Preto ora, pois. Eleito vereador, aliás, um dos mais legítimos, é muito querido pela população do município pelo serviço que presta como servidor público. Pois o Zé me confidenciou que teve sua rota de trabalho alterada sem seu consentimento, alegando o prefeito que era incompatível com sua função de vereador.
Que pequenez prefeito. A população não gostou. Mas como acredito na sua boa fé e humildade lhe aconselho a ter cuidado com uma “sombra” que sempre está na sua volta. Pode estar lhe induzindo a faltar com a verdade. Seja autêntico. De sombra já basta a das árvores.