O Chapéu e o Zé
Eduardo Mattos Cardoso
Professor Mestre em História
Professor Mestre em História
Escrever é uma dádiva do ensino.
Escrever ao público é instigante. Tem os que me amam e os que me odeiam. O
importante é ser elegante. Os que me amam são alfabetizados funcionalmente,
acredito. Os que me odeiam..., tenho lá minhas dúvidas. Devem ter aprendido só
letras, por isso não aceitam críticas. Detestam a verdade. Em se tratando de
política então, nem se fala.
Num município pequeno como Três
Cachoeiras as pessoas acabam pessoalizando os debates. Tratam a política com
maniqueísmo puro, ou seja, ou tu é a favor ou tu é contra. É a “grenalização”
da política. Tradição gaúcha: ou se é chimango ou se é maragato.
Verdade não se relativiza. Por isso
a verdade dói. Bertolt Brecht, dramaturgo alemão de frases fortes, falecido em
1956, nos ajuda a refletir. Além de ser mais conhecido pelo poema “Analfabeto
Político”, diz Brecht que “quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas
quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso.” Mas pondera dizendo:
“Tenho muito o que fazer. Preparo meu próximo erro.” Todos somos humanos.
A política pública é um de meus
interesses primordiais neste espaço, com maior ênfase a da nossa cidade. Por
isso minhas observações e críticas aos gestores de nosso município. Como não
estão acima do bem e do mal, não são seres divinos e são mal assessorados,
puseram o chapéu metaforicamente pelas observações que fiz no último artigo. Só
falavam disso no aniversário!
E o Zé, quem é? É o Zé Preto ora,
pois. Eleito vereador, aliás, um dos mais legítimos, é muito querido pela
população do município pelo serviço que presta como servidor público. Pois o Zé
me confidenciou que teve sua rota de trabalho alterada sem seu consentimento,
alegando o prefeito que era incompatível com sua função de vereador.
Que pequenez prefeito. A população não
gostou. Mas como acredito na sua boa fé e humildade lhe aconselho a ter cuidado
com uma “sombra” que sempre está na sua volta. Pode estar lhe induzindo a
faltar com a verdade. Seja autêntico. De sombra já basta a das árvores.