segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


O lobo e as ovelhas

Eduardo Mattos Cardoso

Professor Mestre em História - eduardomattoscardoso@gmail.com


Era uma vez um pastor de ovelhas. Todos os dias ele levava seu rebanho para o campo. Enquanto as ovelhas pastavam tranquilas, o pastor costumava recostar-se a uma árvore e cochilar.

Acontece que, por aquela região, apareceu um lobo faminto. Toda vez que o lobo aparecia as ovelhas corriam para perto do pastor.

Certo dia, o lobo teve uma ideia: resolveu se disfarçar de pastor, para enganar as ovelhas:

- Duvido que elas sejam espertas o suficiente para me reconhecer, pensou.

- Vou trazê-las para perto da minha toca e esta noite jantarei como nunca!

Aproveitando que o verdadeiro pastor estava cochilando à sombra da árvore, o lobo aproximou-se das ovelhas e, agindo como se fosse o verdadeiro pastor, agitou seu bastão e as ovelhas ficaram em dúvida.

Lembrou-se então de que o pastor costumava dar ordens em voz alta, e assim o fez:

- Vamos, ovelhinhas, mexam-se.

Mas o lobo esqueceu de disfarçar a voz. As ovelhas perceberam a armadilha e começaram a balir, assustadas. O pastor veio correndo acudir seu rebanho. Ao lobo não restou alternativa senão tentar uma fuga.

Moral da história: devemos sempre agir com cautela e ponderação, pois a mentira tem pernas curtas e cedo ou tarde a verdade aparece.

Lembrei-me desta fábula na última segunda-feira quando assistia à derradeira sessão do ano na Câmara de Vereadores.

Baixaria incitada pelo presidente da casa que não é humilde e mostrou mais uma vez despreparo ao exercer sua função.

Junto com os vereadores de situação protagonizaram o que restou na política situacionista local: desrespeito total com os cidadãos.

A esses políticos (principalmente os que se dizem progressistas e seus apoiadores) devemos a política rasteira e inútil. Graças aos senhores e as senhoras foi instalado o rancor, a discórdia e a desconfiança. São políticos desleais e rasteiros que tentam se disfarçar de cordeiro ou de pastor para enganar as pessoas.

A política é necessária, mas políticos(as) como estes(as) são desprezíveis. A sua paixão pelo poder e mando se sobrepõe ao equilíbrio. Exalam um cheiro de falsidade tão grande que em seus ambientes de trabalho públicos a maioria das pessoas corta caminho. Não aguentam mais tanto cinismo.

E os puxa-sacos e fanáticos de plantão acham isso legal. Parabéns.

O ano de 2013 foi perdido por causa da maldade e incompetência de vocês.

Que pena Três Cachoeiras.

Os(as) lobinhos(as) estão soltos(as).


Artigo publicado no jornal Fato em Foco no dia 20 de dezembro de 2013.