domingo, 4 de janeiro de 2015


Crítica e política

Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com


Fazer crítica na nossa cidade é entrar num campo minado. Ainda mais quando algumas pessoas – ou categoria – confundem debate de ideias com interesse pessoal, partidário ou de classe. E o que é pior, distorcem opiniões. Semana passada fiz críticas a grupo partidário travestido de docente que atrasa a educação. Quem sabe ler deve ter percebido que foi uma crítica dirigida a um grupo específico e não generalista. Ao professor (a) que numa primeira leitura entendeu que me referi a todos faço duas sugestões: leia de novo ou volte a estudar a língua portuguesa.

Isso deve ter ocorrido com a nossa única Professora/Vereadora. Seu “desabafo” não foi de classe. Foi do grupo partidário travestido de docente que representa e defende. E isso pode ser legítimo. O que não pode é distorcer opinião. Isso sim é de uma infelicidade muito grande com odor de má fé. Porque corporativismo de grupos geralmente acaba em interesse particular.

Aí temos um entrave brutal para a melhoria do nosso país. Sabemos que o Brasil precisa de reformas em diversas áreas. Pergunta-se: tu achas que políticos com interesses particulares vão fazer reforma política? Tu achas que médicos com conselhos corporativos vão fazer reforma de saúde? Tu achas que advogados com sua OAB vão fazer reforma do judiciário? E tu achas que professor com miopia social vai fazer reforma educacional?

Esses desvios de interesse podem indicar o que está se vendo no cenário político municipal. O prefeito atual do PP queria ganhar a última eleição a qualquer custo. Fez coligações com PSDB e PTB prometendo secretarias e cargos. Ao assumir cumpriu. Mas antes da metade do mandato não se conteve e “roeu na corda”. Até parece que tem a ajuda de um roedor!

Evidente que muitos interesses particulares estão em jogo. Infelizmente o interesse público fica por último. A atitude do prefeito de não cumprir com o que prometeu, segundo o PTB, não deveria ser nenhuma novidade porque apenas representa um tipo de política que já deveria ser conhecida.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 28 de novembro de 2014