segunda-feira, 23 de março de 2015


Tiradentes, o “neoavacalhador”
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

Parece que está no DNA do PP (Partido que se diz progressista) a virtude do sectarismo, do reacionarismo e da “avacalhação” na política. Lá e cá, como se diz. Dá a impressão que Três Cachoeiras está apartada do Rio Grande do Sul e do Brasil, só fazendo parte da nação quando vem emenda parlamentar ou qualquer outra verba. Pelo menos é o que se denota das manifestações de membros do PP local.

Nas manifestações do último domingo, pela cobertura da mídia nacional golpista, não vi nenhum cartaz dizendo “Fora PP”, partido com a maioria de políticos investigados na roubalheira da Petrobras. Muitos se interrogam por que esse partido abriga esse tipo de gente. As raízes são históricas. Para refrescar: o PP é o filhote mais autêntico da Arena, partido que apoiava a Ditadura de 1964 à 1985, e que portanto, apoiava ou fechava os olhos para as prisões ilegais, torturas, mortes e desaparecimentos cometidos durante o regime de exceção.

E parece também que esses filhotes estão dando cria a novos seguidores, agora envernizados com títulos. Não bastasse a postura desequilibrada e maldosa do Vereador Flávio, que “esculhamba” a política local, temos também o Vereador Marcelo Capelani “chegando uma terrinha” para “avacalhar” os debates políticos. Desde o ano passado quando era presidente da Câmara de Vereadores tem demostrado isso. Equilíbrio e controle parecem não serem seus pontos fortes. Ouvir também não.

Nas grandes cidades, partido conservador e de direita como o PP tendem a desaparecer. Nos municípios pequenos e no interior ainda se mantém vivo por conta da manutenção da “velha política” de favores e de jeitinhos. Nesses locais os serviços públicos são mais precários. Daí entra a figura desses políticos “facilitadores”, uma espécie de despachante entre o que é de direito transformado em favor.

Diante da fala e da prática do prefeito, vazia de entendimento e de realidade, e das atuações de alguns de seus vereadores pepistas, não espero muita coisa nos próximos dois anos, a não ser a “fantástica fábrica de favores” que pode ganhar “incentivo fiscal” em 2016.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 20 de março de 2015.