sábado, 25 de abril de 2015


Impostos e sonegações
Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com

No mês de abril comemoramos o aniversário de emancipação política de Três Cachoeiras pagando IPTU. Os valores foram “atualizados”. A choradeira é correspondente ao tamanho dos bens. Mas como quase sempre, quem “chora mais”? Os ricos. E a maioria dos ricos parece igual em toda parte. Esbravejam que os impostos são muitos e elevados.

A lógica avarenta do rico é simples: para quê pagar impostos (ou impostos altos) se tem dinheiro para “comprar” tudo particular? A onde tem é assim: escola particular para os filhos, plano de saúde e hospital particular, segurança particular, estradas com pedágio e por aí vai. Para o rico quanto menos impostos melhor; sobra mais. Os pobres, que são a maioria, que se lasquem.

É verdade que a corrupção drena boa parte do que é arrecadado. Mas parece que é só a corrupção a culpada do retorno ruim dos impostos em serviços públicos. O que pouco se fala é em sonegação. Esta, segundo auditores da Receita Federal, é muito maior que a corrupção em valores. E sonegador é nome bonito para corrupto.

Assim como existe o “impostômetro” também existe o “sonegômetro”. Isso mesmo, uma medição da sonegação no Brasil. Basta procurar na rede. Mas para variar, adivinhem: não é divulgado pela mídia dominante.

Uma das últimas operações da Polícia Federal, chamada “Zelotes”, desmontou a “banca” moral de algumas empresas conhecidas. Entre elas a RBS. Logo quem! Cobram moralidade e estão sendo investigados num “esquema” de propinas para que dívidas tributárias sumam da Receita Federal. Que moral!

Mas em Três Cachoeiras não é assim! Todos os munícipes pagam seus impostos religiosamente! O valor do IPTU corresponde exatamente às características dos imóveis. Não tem sonegação de informações. E quando tem compra e venda os valores correspondem às cotações de mercado na hora de recolher o ITBI. Ufa! Ainda bem que aqui não tem sonegação!

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 10 de abril de 2015.