Cidade
do faz de conta
Eduardo
Mattos Cardoso
Professor
Mestre em História
Quem
quiser viver numa cidade de faz de conta venha para Três Cachoeiras. Aqui,
segundo o governo municipal e os vereadores de situação tudo funciona. Nas suas
cabeças pode ser. Provavelmente não precisam de serviços públicos agora.
Diferente do período eleitoral quando “mandavam” seus parentes lotar o Posto de
Saúde Central. É uma cidade imaginária. Como eu já disse aqui, esses gestores do
executivo e legislativo são especialistas em encenação.
Mas a vida
da maioria das pessoas não é novela, não é faz de conta. Precisam de serviços
públicos essenciais. E de obrigação primeira do município. E não estão tendo. A
saúde esta um caos. Marcar uma consulta simples é uma epopeia. Quando se
consegue. Remédio só tem na semana que vem. É como fiado em boteco: só amanhã.
O que antes se fazia por telefone não se consegue mais. Ou cortaram as linhas ou
não querem atender as pessoas? Perseguição política a funcionários e agentes de
saúde! Será possível? É desse jeito que “Três
Cachoeiras pode mais”? Com menos serviço público e clientelismo. Parece que
Três Cachoeiras esta voltando ao tempo dos Coronéis.
Certas palavras
não podem ser ditas por que não é politicamente correto. O prefeito parece que
desapareceu. Não fala mais nada. E internamente na prefeitura é constrangedor:
funcionários de carreira cooptados ou amedrontados e outros setores tomados por
cargos de confiança (CCs) invariavelmente incompetentes. A seleção lamentável para
professores que o diga.
Assim,
quem aparece ou sobra para defender a atual gestão: os vereadores de situação.
Alguns, porque outros nem sabem qual seu papel na Câmara de Vereadores. Não
sabem ainda para que foram eleitos. É o que parece. Só falam em campo de
futebol ou ficam calados. O saibro prometido em campanha nem sinal. E
patrolamento é privilégio de algumas estradas.
Não
deveria ser diferente. Vereador de situação tem que defender o governo que tem.
Mas não debochar do povo. Não enrolar o tempo todo. Não fechar os olhos para
direitos fundamentais das pessoas que em última instância significa cidadania. Sempre
souberam, afora alguns ingênuos, que prometer “mundos e fundos” em campanha é fácil. E que cumprir é difícil.
Agora, piorar os serviços que a população dispunha antes é no mínimo
incompetência. E reclamar de denúncias no Ministério Público! Como se não
soubessem endereço, telefone e “e-mail”
dessa instituição tão acionada nos quatro anos da gestão anterior. Só valia antes?
Para a atual não? Ora vereadores, por favor. Façam seu trabalho com honestidade
e chega de conversa mole.
Artigo publicado no Jornal O Fato em Foco de 22 de março de 2013.