sexta-feira, 22 de março de 2013


Saúde e doença

Eduardo Mattos Cardoso
Professor Mestre em História

Diz o ditado popular “saúde é o que interessa o resto não tem pressa”. É claro, saúde é fundamental, mas temos outras necessidades. Somos seres humanos. Entretanto, a saúde, ou a falta dela, parece ser a carência que mais agride a cidadania quando falamos em dignidade. Saúde pública esta vinculada ao SUS (Sistema Único de Saúde). É onde a maioria da população brasileira se socorre.
E mais uma vez o “peso” do atendimento imediato ao cidadão recai aos municípios. O financiamento é federal e estadual, mas é no município que tudo começa. Desde que ouvimos falar no processo de “municipalização da saúde” o atendimento parece não se aprumar. Como os gestores estão muito próximos dos cidadãos (eleitores) principalmente nos municípios pequenos, saúde e doença viraram prato cheio paro o clientelismo, o toma lá dá cá. Não é diferente em Três Cachoeiras.
A “ambulância-terapia” já é uma prática comum. Além do serviço de transporte oficial do município temos caso de vereador ser eleito por prestar esse “serviço” particular. O povo gosta do clientelismo. É lastimável. Como invariavelmente não se investe em saúde local o deslocamento em busca de consultas especializadas e exames mais complexos ou até os mais simples tem de ser buscado fora do município.
A prefeitura tem uma responsabilidade grande. Mas nenhum gestor foi obrigado a ocupar os cargos onde estão. Muito pelo contrário. Prefeito e secretário de saúde, com a fiscalização dos vereadores, tem a obrigação de prestar um serviço de saúde decente aos seus cidadãos. Ficar dando desculpa “esfarrapada” além de tomar tempo não resolve problema de ninguém.
No período eleitoral recente, muitas pessoas que não costumavam usar o posto de saúde central do município foram até lá procurar atendimento. Muitas delas com planos de saúde. Nunca mais foram vistas. Agora, o cidadão que não é bajulador tem dia pra ficar doente. No mês passado a “cota” de exames de Raios-X acabou dia 18. Outro cidadão (ou outros) para ter seu direito assegurado tem que procurar o Ministério Público. Não é um bom exemplo para um município que concede 44% de reajuste salarial para secretários. Dinheiro tem. O que falta então para os cidadãos serem bem atendidos? Talvez competência seja uma resposta? Afinal, Três Cachoeiras podia mais! Ou era só uma frase bonita.