O
falastrão
Eduardo
Mattos Cardoso
Professor
Mestre em História
Temos figuras folclóricas na política. Na esfera federal os
exemplos são incontáveis. Basta lembrar o ex-presidente Lula. Diz a música do
Paralamas do Sucesso: “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou”... Quem acompanha
um pouco de política nas últimas décadas vai lembrar o que Lula falava antes de
ser eleito presidente. E vai lembrar melhor ainda de suas falas enquanto
presidente. E agora como ex-presidente! Como vivemos num país dito de “livre
expressão”, podemos criticar até o presidente. Dessa maneira, Lula ganhou “carinhosamente”
o apelido de falastrão.
No Rio Grande do Sul temos o “falastrão dos pampas”. Tarso
Genro falou e prometeu que se eleito fosse pagaria o piso nacional do
magistério. Não cumpriu e, como todo bom falastrão, enrola o tempo todo. Mas
com uma diferença: com palavras bonitas. Isto no Estado dito “mais politizado e
educado do Brasil”. Aqui temos filhas solteiras também!
E aqui na cidade sobre rodas temos muitos falastrões de
plantão. Na Câmara de Vereadores nem se fala. Mas um se destacou nos últimos quatro
meses: nosso Prefeito. Nunca na história deste Município tivemos um prefeito
tão falastrão como agora. Quatro meses e nada. Só conversa. E o que é mais
grave, está conseguindo piorar as coisas. O cheiro de incompetência,
inoperância e má vontade está ficando mais forte. Mas o que o Prefeito prometeu
na época de campanha? Nada, enrolou o tempo todo como agora. Foge das perguntas
e só aparece na rádio e olhe lá.
Mas o prefeito tinha e tem um “slogan”: primeiro as pessoas. Mas quem são essas pessoas? Primeiro
as pessoas do meu partido; primeiro as pessoas que me financiaram; primeiro as
pessoas da minha família; primeiro meus amigos; primeiro tal empresa; primeiro
tal farmácia; primeiro tal fornecedor; primeiro... E depois se sobrar para o
resto.
Dessa forma, é mais interessante pão e circo pra turma.
Vamos dar ao povo festa. Festa de emancipação e bicicletas. Festa do
caminhoneiro e algodão doce. É anestesia pura. E na veia com efeito mais
rápido. Ficar na frente de um posto de saúde ás 05h00min da manhã no inverno
para tentar marcar uma consulta é coisa menor. Telefone é bobagem. Os meus
amigos não passam por isso. Cobrar valor em dinheiro do povo para ir a capital
também é coisa pífia. Tem muito passeador. Agora, ter duas (2) patrolas (moto
niveladoras) novas e não ter saibreira! Só pode ser coisa de um baita
falastrão. Ou falastrãozinho!