sexta-feira, 10 de maio de 2013


O falastrão

Eduardo Mattos Cardoso
Professor Mestre em História
           
Temos figuras folclóricas na política. Na esfera federal os exemplos são incontáveis. Basta lembrar o ex-presidente Lula. Diz a música do Paralamas do Sucesso: “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou”... Quem acompanha um pouco de política nas últimas décadas vai lembrar o que Lula falava antes de ser eleito presidente. E vai lembrar melhor ainda de suas falas enquanto presidente. E agora como ex-presidente! Como vivemos num país dito de “livre expressão”, podemos criticar até o presidente. Dessa maneira, Lula ganhou “carinhosamente” o apelido de falastrão.
No Rio Grande do Sul temos o “falastrão dos pampas”. Tarso Genro falou e prometeu que se eleito fosse pagaria o piso nacional do magistério. Não cumpriu e, como todo bom falastrão, enrola o tempo todo. Mas com uma diferença: com palavras bonitas. Isto no Estado dito “mais politizado e educado do Brasil”. Aqui temos filhas solteiras também!
E aqui na cidade sobre rodas temos muitos falastrões de plantão. Na Câmara de Vereadores nem se fala. Mas um se destacou nos últimos quatro meses: nosso Prefeito. Nunca na história deste Município tivemos um prefeito tão falastrão como agora. Quatro meses e nada. Só conversa. E o que é mais grave, está conseguindo piorar as coisas. O cheiro de incompetência, inoperância e má vontade está ficando mais forte. Mas o que o Prefeito prometeu na época de campanha? Nada, enrolou o tempo todo como agora. Foge das perguntas e só aparece na rádio e olhe lá.
Mas o prefeito tinha e tem um “slogan”: primeiro as pessoas. Mas quem são essas pessoas? Primeiro as pessoas do meu partido; primeiro as pessoas que me financiaram; primeiro as pessoas da minha família; primeiro meus amigos; primeiro tal empresa; primeiro tal farmácia; primeiro tal fornecedor; primeiro... E depois se sobrar para o resto.
Dessa forma, é mais interessante pão e circo pra turma. Vamos dar ao povo festa. Festa de emancipação e bicicletas. Festa do caminhoneiro e algodão doce. É anestesia pura. E na veia com efeito mais rápido. Ficar na frente de um posto de saúde ás 05h00min da manhã no inverno para tentar marcar uma consulta é coisa menor. Telefone é bobagem. Os meus amigos não passam por isso. Cobrar valor em dinheiro do povo para ir a capital também é coisa pífia. Tem muito passeador. Agora, ter duas (2) patrolas (moto niveladoras) novas e não ter saibreira! Só pode ser coisa de um baita falastrão. Ou falastrãozinho!