quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A política e o sagrado em Três Cachoeiras


A política e o sagrado em Três Cachoeiras

Eduardo Mattos Cardoso

Esta nas rodas de conversa. As pessoas não param de falar. Ou melhor, o resultado das eleições em Três Cachoeiras esta dando muito que falar. Ou não se tem outra coisa para falar. O foguetório não para, é muita comemoração, parece um titulo de campeonato brasileiro que não se ganhava há muito tempo. O marciano do Juremir Machado da Silva não entende mais nada. Já passou mais de duas semanas e a festa não para. Afora alguns excessos entendemos a empolgação. Até romaria fora de época.
Entretanto, algumas coisas me intrigam. Entre elas é a participação de Deus nas eleições de Três Cachoeiras e provavelmente em muitos outros municípios. Mas neste caso Deus esteve do lado dos eleitos. Deus escolheu lado. Eu pensava que Deus olhava por todos. Pelo menos é o que entendi pelas manifestações de alguns candidatos eleitos em falas e notas nos jornais locais. É explicito nos agradecimentos. Quais significados estes eleitos dão para Deus. Estão usando de forma apropriada? O caro leitor é quem responderá.
Além disso, Maquiavel parece ter prestado consultoria nas eleições de Três Cachoeiras. Acho que não cobrou pelo trabalho. Tudo em nome da salvação do povo três cachoeirense. Será que os fins justificam os meios? Muita gente aceita e reproduz. Em O Príncipe, Maquiavel argumenta que os objetivos de um governante justificam os meios usados para obtê-los. No escrito rejeita a moralidade cristã e dá “conselhos práticos a um príncipe, dizendo que os valores cristãos deviam ser postos de lado se atrapalhassem o seu caminho.” Ou seja, o maquiavelismo pressupõe “que os governantes e outros poderes devem estar acima da ética e da moral para realizar seus planos.”
Beto Colombo resume bem: “Se fôssemos trazer para os dias de hoje, para a eleição deste ano, seria algo como “corrompa o eleitor e depois seja sério na câmara”. Ou “faça promessas para ganhar a eleição, depois faça o que é possível”. Enfim, faça tudo o que é necessário para sair vitorioso nesta eleição, não importa o que, depois se posicione de forma ética”, ou não? E completa perguntando se “você concorda com isso? Com um candidato corrupto antes das eleições, desde que depois ele seja correto?”, ou não?
Fica evidente, para este caso, que a moral cristã se contrapõe a atitudes “maquiavélicas”. Ou para os candidatos eleitos andam juntas? Se assim for a dramaturgia se eleva a requisito básico no comportamento dos eleitos. Leia Maquiavel e pense sobre isso.