A política e o
sagrado em Três Cachoeiras
Eduardo
Mattos Cardoso
Esta nas rodas
de conversa. As pessoas não param de falar. Ou melhor, o resultado das eleições
em Três Cachoeiras esta dando muito que falar. Ou não se tem outra coisa para
falar. O foguetório não para, é muita comemoração, parece um titulo de
campeonato brasileiro que não se ganhava há muito tempo. O marciano do Juremir
Machado da Silva não entende mais nada. Já passou mais de duas semanas e a
festa não para. Afora alguns excessos entendemos a empolgação. Até romaria fora
de época.
Entretanto,
algumas coisas me intrigam. Entre elas é a participação de Deus nas eleições de
Três Cachoeiras e provavelmente em muitos outros municípios. Mas neste caso
Deus esteve do lado dos eleitos. Deus
escolheu lado. Eu pensava que Deus olhava por todos. Pelo menos é o que entendi
pelas manifestações de alguns candidatos eleitos
em falas e notas nos jornais locais. É explicito nos agradecimentos. Quais
significados estes eleitos dão para
Deus. Estão usando de forma apropriada? O caro leitor é quem responderá.
Além disso,
Maquiavel parece ter prestado consultoria nas eleições de Três Cachoeiras. Acho
que não cobrou pelo trabalho. Tudo em nome da salvação do povo três
cachoeirense. Será que os fins justificam os meios? Muita gente aceita e
reproduz. Em O Príncipe, Maquiavel argumenta que os objetivos de um governante
justificam os meios usados para obtê-los. No escrito rejeita a moralidade
cristã e dá “conselhos práticos a um príncipe, dizendo que os valores cristãos
deviam ser postos de lado se atrapalhassem o seu caminho.” Ou seja, o
maquiavelismo pressupõe “que os governantes e outros poderes devem estar acima
da ética e da moral para realizar seus planos.”
Beto Colombo
resume bem: “Se
fôssemos trazer para os dias de hoje, para a eleição deste ano, seria algo como
“corrompa o eleitor e depois seja sério na câmara”. Ou “faça promessas para
ganhar a eleição, depois faça o que é possível”. Enfim, faça tudo o que é
necessário para sair vitorioso nesta eleição, não importa o que, depois se
posicione de forma ética”, ou não? E completa perguntando se “você concorda com
isso? Com um candidato corrupto antes das eleições, desde que depois ele seja
correto?”, ou não?
Fica evidente, para este caso, que a
moral cristã se contrapõe a atitudes “maquiavélicas”. Ou para os candidatos eleitos andam juntas? Se assim for a
dramaturgia se eleva a requisito básico no comportamento dos eleitos. Leia Maquiavel e pense sobre
isso.