por Eduardo
Mattos Cardoso
Saiu a nominata de secretários do
futuro governo municipal de Três Cachoeiras. São os novos secretários
municipais a partir de 1º de janeiro de 2012, mas são velhos conhecidos.
Desejamos sorte e grandes realizações. Entretanto, uma pergunta não quer calar:
é possível esperar novidades e avanços de administradores que já estiveram com
o poder no passado e tiveram desempenho duvidoso? É esperar pra ver já que são
“costuras políticas”. O próximo prefeito poderia ser mais ousado assim como fez
com seu novo corte de cabelo.
Quanto à distorção entre interesse
público e privado acertei na mosca. Os nomes apresentados são figuras
conhecidas - historicamente falando - e a população conhece suas formas de agir
e de ver o mundo. Explico: não basta, por exemplo, trabalhar com atendimento ao
público em geral ou em qualquer setor e dizer que faz pelo coletivo se suas
atitudes privilegiam o pessoal e o “o jeitinho”.
Coincidentemente encontrei uma
futura secretária no Departamento Médico do Estado do Rio Grande do Sul. Como é
funcionária antiga deve estar com alguma moléstia que espero não ser grave e
que se recupere bem da saúde e descanse bastante, para assumir o cargo no
inicio do ano. Como estudei sobre banhos de mar em minha dissertação lhe
recomendo a praia para se restituir. Outro caso é interessante: a esposa é
eleita vice-prefeita e o marido é indicado para uma secretaria. Coisas de
família ou de pessoas muito competentes, muito parecido com nepotismo, mas que
na letra da lei não é ou pode ser? Que entrem os advogados de plantão.
Para descansar, lembrar e refletir
sobre público e privado temos mais um feriado nacional. Depois do 7 de setembro
(Independência) é o mais importante do país, politicamente, enquanto República
Federativa do Brasil, pois é o da Proclamação da República que ocorreu em 15 de
novembro de 1889. Até então vivíamos numa Monarquia e Dom Pedro II foi nosso
último Rei.
Com o advento da República o Estado
Brasileiro teve muitas mudanças no âmbito politico e social. Passamos a ter
eleições para presidente. O Brasil passou a ser um Estado laico, ou seja, não
tinha mais religião oficial que até então era a católica. Entre outras, uma
mudança me intriga até hoje. O início da República tirou o registro “civil” da
mão de padres e pastores e concedeu a entes privados. Antes com a monarquia
padres e pastores registravam nascimentos, batismos, casamentos e mortes (entre
outros registros sociais importantíssimos para a história brasileira). Veio a
República e esse serviço público foi dado para particulares cuidarem e
explorarem até hoje, atualmente com a prerrogativa de concurso para isso.
Era um mau presságio. O que era para
ser cada vez mais público, pois se inventava a República, já tomava caminhos
privados. A privatização dos serviços públicos então começava no novo e tortuoso
modelo politico nacional. Algumas distorções permanecem e são difíceis de mudar
porque prevalece “jeitinho brasileiro” onde o pessoal ou particular predomina.