quinta-feira, 25 de setembro de 2014


Semana pedagógica

Eduardo Mattos Cardoso

eduardomattoscardoso@gmail.com


Num tempo já quase distante, recesso escolar era sinônimo de descanso absoluto. Hoje não é mais. Nesta semana em que crianças e adolescentes das redes municipal e estadual de educação estão de folga, nós professores não estamos. Tivemos a Semana pedagógica em Três Cachoeiras, numa parceria entre o nosso município e o de Terra de Areia.

Muitas vezes é o tempo que se têm para pensar educação, pois durante o resto do ano em dias letivos quase não respiramos devido o acúmulo de tarefas. Mas pode ser um momento de fortalecimento além da pura reflexão. Afinal, educação e ensino se misturam. A primeira deveria ser fundamentalmente enraizada pela família. Não é o que vemos, pois cada vez mais se delega à escola uma tarefa da família. É a terceirização da educação. Vamos lá. Os desafios são babilônicos.

Nesses dias tivemos palestras, apresentações artísticas e oficinas temáticas. A parte motivacional nas palestras pareceu predominante. Talvez não seja excesso mas sim necessidade. O fardo que a maioria dos professores carregam é pesado demais. E o reconhecimento social e financeiro fica aquém do que deve ser. Mas a luta continua.

Alguns momentos do evento me entusiasmaram mais. No primeiro dia a participação do Gilmar, o eletricista cego, me alegrou bastante. Na terça-feira tivemos palestras com parte motivacional e dinâmicas. Entendo a necessidade desse tipo de atividade mas ainda fico “boiando” nesses momentos. A quarta-feira foi mais inspiradora. A aula que assisti do professor Ático Chassot foi muito boa. Uma lavada de alma. Sou professor, mas é bom voltar a ser aluno diante de um bom mestre.

Com o professor Chassot pude interagir. Pedi que explicasse sua proposta de que os professores “ensinem menos”. O professor Chassot foi categórico em sua resposta: “é ensinar menos conteúdo”. Gostei. Quando fazemos e pensamos educação temos que fazer escolhas. Essa é uma delas. A vida é feita disso. Mas a semana não parou por aí. Na próxima conto o resto!

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 25 julho de 2014