quinta-feira, 25 de setembro de 2014


Vinte e oito

Eduardo Mattos Cardoso
eduardomattoscardoso@gmail.com


Fui num posto de combustível abastecer meu auto. – Completa, solicitei ao frentista. Depois lhe pedi: – Quero nota fiscal e quero que acrescente vinte e oito centavos a mais em cada litro. – Impossível, respondeu. Diante da negativa fiz outro pedido: – Então eu quero pagar vinte e oito centavos a mais por litro. O frentista desconcertado me responde: – Não leve a mal senhor, mas eu nunca vi alguém querer pagar mais por alguma coisa.

Fazer esse tipo de coisa beira a insanidade, ou no mínimo ao desequilíbrio sob a ótica do capitalismo. A máxima do capital é simples: comprar mais por menos. Quem troca sua força de trabalho por dinheiro sabe muito bem disso.

Vinte e oito é um número bonito. Acho que vou jogar no Bicho. Vai que dá sorte. Mas parece que não tem bicho com esse número. Vai só até vinte e cinco. Quem acredita que pagar vinte e oito centavos a mais por um litro de óleo diesel é normal deve jogar no 3 ou no 14 no Jogo do Bicho. Ou se assemelhar com o animal correspondente.

Quando se tenta explicar o inexplicável, geralmente o “cocho” é virado. Sobra pra todo mundo: pra vereador, pra família, pra cronista, enfim..., menos pra incapacidade ou má fé. Por conta da falta de consciência de alguns na hora do voto somos obrigados a aguentar “excelências” desequilibradas por quatro anos. Assim foi com o presidente do legislativo no ano passado e vergonhosamente está sendo com nosso guia municipal, basta ver o vexame dessa semana.

A tal reforma política que muitos candidatos falam nesta eleição deve incluir, entre outros pré-requisitos, um exame psicológico/psiquiátrico dos candidatos. Já suportamos falastrões, poltrões, malandros, roedores, analfabetos, incapazes, etc. Agora, engolir desequilibrados e suas sandices, é um teste para a inteligência dos três-cachoeirenses.

O problema é que inteligência, no dicionário que pode mais, tem um significado diferente: malandragem.

Crônica publicada no jornal Fato em Foco do dia 5 de setembro de 2014