Lavagem legal
Eduardo
Mattos Cardoso eduardomattoscardoso@gmail.com
A moda pegou. Parece que faz tempo.
Temos nossa lavanderia oficial. Pode ser da “viúva municipal”. Será que por
aqui se “lava” muito também? Eu sou ingênuo. Acreditava que lavagem significava
limpeza. A lavagem da “lava jato” está mostrando o contrário.
O Juremir Machado da Silva tem
razão: quando um governante diz que tem que economizar, na prática ele gasta
mais com o que não precisa. Para educação, segurança e saúde faltam recursos.
Mas para lavagem? Afinal, o que é R$ 350.000,00! Quantia pífia! Um trabalhador
que ganha salário mínimo de R$ 788,00 só tem que trabalhar trinta e sete anos
(37) de sua vida para somar esse valor. Detalhe: não pode gastar nada.
Mas, cá entre nós, caro leitor:
“lavador” ser marido de secretária ou vice versa só pode ser mera coincidência.
Bobagem. Nada haver. Só por que a “mulher legalidade” sabe como funcionam as
licitações da “viúva municipal” e a empresa do esposo ganhou alguma! Pura
impessoalidade! Intriga da oposição!
Em agosto de 2013 escrevi “Como é
gasto nosso dinheiro”. Levantei a “lebre” sobre a questão de “serviços”. Entre
valores exorbitantes para “recuperação de HD” e “geometria e balanceamento”
listei também o item “lavagem” de carro oficial que já naquela época custava a
bagatela de R$ 168,000. Tudo legal!
O caso “lava jato” tem mostrado aos
mais atentos que as “malandragens” concentram-se principalmente no setor
“serviços”. Quem da “viúva municipal” fiscaliza a quantidade de serviços de
“lavagem” prestados pelas empresas em cena? Devemos confiar na impessoalidade
entre o “marido lavador” e a “mulher legalidade”, que à noite, sem mais o que
fazer, trocam figurinhas e prestação de contas de quantas “lavagens” foram
feitas?
Devemos ter mais uma CPI. Como se
chamará? CPI da “Lavação”? Depois dos R$ 0,28 (vinte e oito centavos) a mais
por litro de óleo diesel, se “comemora” 27 anos com “lavagem”.